Dois depoimentos prestados na terça-feira a investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF) reforçam as suspeitas de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na PF do Rio. O ex-superintendente local Carlos Henrique Oliveira confirmou que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, era investigado pela PF fluminense, enquanto o delegado Alexandre Saraiva contou que no ano passado foi sondado por Alexandre Ramagem, a pedido de Bolsonaro, para assumir o comando da instituição no estado.
O interesse do presidente na superintendência é um dos pontos principais do inquérito aberto a partir das acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O depoimento de Carlos Henrique Oliveira contradiz declaração de anteontem de Bolsonaro sobre a investigação de familiares seus pela PF. O presidente afirmou que “a Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família”, mas o ex-superintendente do Rio confirmou que havia uma investigação contra Flávio.
Este caso era a apuração dos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológico eleitoral por parte de Flávio por causa da diferença na declarações de seus bens à Justiça Eleitoral em 2014, 2016 e 2018. Como O GLOBO mostrou no último dia 1º, a PF pediu arquivamento do inquérito em março, sem ter solicitado quebra de sigilo dos envolvidos durante a investigação. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre o caso.
Carlos Henrique deixou o comando da superintendência da PF-RJ no início do mês, sendo substituído por Tácio Muzzi. Seu cargo, porém, já havia sido oferecido no ano passado ao delegado Alexandre Saraiva, atual superintendente da PF no Amazonas, que também prestou depoimento ontem. Ele contou que foi sondado, no início do segundo semestre de 2019 para ocupar a chefia no Rio. O contato foi feito, segundo ele, pelo diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o delegado que Bolsonaro tentou nomear na diretoria-geral da PF, em decisão barrada pela Supremo Tribunal Federal.
Saraiva relatou que no início do segundo semestre de 2019, recebeu uma ligação de Ramagem “perguntando se aceitaria assumir a superintendência da Polícia Federal no Rio”. O delegado conta que “prontamente aceitou”. A troca acabou não ocorrendo, mas o depoimento confirma declarações do próprio Bolsonaro desde o ano passado de que tinha interessa na superintendência fluminense.
Alexandre Saraiva, afirmou que não só Jair Bolsonaro, mas também Sergio Moro o queria como chefe da PF no Rio de Janeiro.
O obstáculo, segundo Saraiva, teria sido o ex-diretor-geral Maurício Valeixo — disse que sentiu-se isolado em sua gestão.
“Não havia qualquer rejeição ao seu nome pelo dr. Moro, uma vez que este havia inclusive convidado o depoente para assumir a presidência da Funai; Que a resistência ao seu nome, portanto, ainda que sem critérios objetivos, no entender do depoente, partiu da administração do dr. Valeixo”, afirmou Saraiva.
Ele ainda narrou um encontro que teve com Sergio Moro no aeroporto de Manaus, ainda no ano passado. Saraiva disse que o então ministro da Justiça o abordou com a seguinte frase: “Saraiva, que história é essa de você no Rio de Janeiro?”.
O superintendente contou sobre a ligação que havia recebido de Alexandre Ramagem, no segundo semestre do ano passado, sondando-o para ser o novo superintendente no Rio. O então superintendente, Ricardo Saadi, teve a saída antecipada por pressão de Jair Bolsonaro.
A Moro, Saraiva disse que só aceitaria o cargo se houvesse a concordância de Valeixo. A nomeação, no entanto, nunca saiu.
“O depoente considera que o então Ministro Moro teve uma atitude extremamente correta e digna em relação à sua pessoa, tendo em vista que considera a conversa sobre a cogitação de seu nome para assumir a SR/RJ uma deferência que lhe foi feita pelo Dr. Sergio Moro; Que na ocasião da conversa no aeroporto, o Dr. Sergio Moro finalizou o assunto dizendo apenas que estava sabendo dos fatos e que o depoente ficasse tranquilo”.
Com informações da CNN Brasil, O Antagonista e do O Globo
O interesse do presidente na superintendência é um dos pontos principais do inquérito aberto a partir das acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O depoimento de Carlos Henrique Oliveira contradiz declaração de anteontem de Bolsonaro sobre a investigação de familiares seus pela PF. O presidente afirmou que “a Polícia Federal nunca investigou ninguém da minha família”, mas o ex-superintendente do Rio confirmou que havia uma investigação contra Flávio.
Este caso era a apuração dos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológico eleitoral por parte de Flávio por causa da diferença na declarações de seus bens à Justiça Eleitoral em 2014, 2016 e 2018. Como O GLOBO mostrou no último dia 1º, a PF pediu arquivamento do inquérito em março, sem ter solicitado quebra de sigilo dos envolvidos durante a investigação. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre o caso.
Carlos Henrique deixou o comando da superintendência da PF-RJ no início do mês, sendo substituído por Tácio Muzzi. Seu cargo, porém, já havia sido oferecido no ano passado ao delegado Alexandre Saraiva, atual superintendente da PF no Amazonas, que também prestou depoimento ontem. Ele contou que foi sondado, no início do segundo semestre de 2019 para ocupar a chefia no Rio. O contato foi feito, segundo ele, pelo diretor da Abin, Alexandre Ramagem, o delegado que Bolsonaro tentou nomear na diretoria-geral da PF, em decisão barrada pela Supremo Tribunal Federal.
Saraiva relatou que no início do segundo semestre de 2019, recebeu uma ligação de Ramagem “perguntando se aceitaria assumir a superintendência da Polícia Federal no Rio”. O delegado conta que “prontamente aceitou”. A troca acabou não ocorrendo, mas o depoimento confirma declarações do próprio Bolsonaro desde o ano passado de que tinha interessa na superintendência fluminense.
Alexandre Saraiva, afirmou que não só Jair Bolsonaro, mas também Sergio Moro o queria como chefe da PF no Rio de Janeiro.
O obstáculo, segundo Saraiva, teria sido o ex-diretor-geral Maurício Valeixo — disse que sentiu-se isolado em sua gestão.
“Não havia qualquer rejeição ao seu nome pelo dr. Moro, uma vez que este havia inclusive convidado o depoente para assumir a presidência da Funai; Que a resistência ao seu nome, portanto, ainda que sem critérios objetivos, no entender do depoente, partiu da administração do dr. Valeixo”, afirmou Saraiva.
Ele ainda narrou um encontro que teve com Sergio Moro no aeroporto de Manaus, ainda no ano passado. Saraiva disse que o então ministro da Justiça o abordou com a seguinte frase: “Saraiva, que história é essa de você no Rio de Janeiro?”.
O superintendente contou sobre a ligação que havia recebido de Alexandre Ramagem, no segundo semestre do ano passado, sondando-o para ser o novo superintendente no Rio. O então superintendente, Ricardo Saadi, teve a saída antecipada por pressão de Jair Bolsonaro.
A Moro, Saraiva disse que só aceitaria o cargo se houvesse a concordância de Valeixo. A nomeação, no entanto, nunca saiu.
“O depoente considera que o então Ministro Moro teve uma atitude extremamente correta e digna em relação à sua pessoa, tendo em vista que considera a conversa sobre a cogitação de seu nome para assumir a SR/RJ uma deferência que lhe foi feita pelo Dr. Sergio Moro; Que na ocasião da conversa no aeroporto, o Dr. Sergio Moro finalizou o assunto dizendo apenas que estava sabendo dos fatos e que o depoente ficasse tranquilo”.
Com informações da CNN Brasil, O Antagonista e do O Globo
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