Cadernos de prova do Enem 2013 (Foto: G1)
O Ministério da Educação divulgou o gabarito oficial da edição de 2013
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas foram realizadas no
sábado (26) e domingo (27). Os documentos referentes a cada cor de prova
estão disponíveis para download no
site do Enem.
O resultado individual das provas, que inclui a correção e nota da
redação, deve ser divulgado na primeira semana de janeiro de 2014.
Os participantes podem acessar os resultados individuais mediante
inserção do número de inscrição e senha ou CPF e senha no site do Enem.
Os candidatos que fizeram as prova do Exame Nacional do Ensino Médio (
Enem),
e por alguma razão esqueceram de marcar no cartão-resposta a cor do
caderno de provas que recebeu ou a frase que continha em destaque (uma
coisa ou a outra) terá a prova corrigida, segundo informou a assessoria
de imprensa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep), autarquia do Ministério da Educação responsável pela organização
do Enem.
Segundo o edital, a capa do caderno de questões possui informações
sobre a cor do mesmo e uma frase em destaque. Cabe obrigatoriamente ao
candidato marcar nos cartões-resposta a opção correspondente à cor da
capa do caderno de questões. Ele também deve transcrever nos
cartões-resposta a frase apresentada na capa de seu caderno de questões.
O Inep afirma que, se o candidato transcreveu uma das duas opções (a
cor ou a frase da prova), é possível identificar qual cor de prova o
candidato realizou, uma vez que para cada cor de prova existe uma frase
específica. No caso da prova rosa de domingo, por exemplo, a frase que
identifica a cor da prova é "De tudo fica um pouco".
Provas de 2013
As 90 questões de
ciências humanas e de ciências da natureza
aplicadas no sábado trouxeram perguntas que abordavam globalização, a
demarcação de terras indígenas, o governo de Juscelino Kubitschek,
circuitos elétricos, química orgânica e a transmissão da rubéola. Entre
os elementos de cultura pop que apareceram nas questões estava a canção
"Disneylândia", do grupo Titãs. Em ciências humanas, os alunos se
depararam com diversas charges e cartuns, alguns deles históricos, como
um da década de 1930 que falava sobre o voto feminino no Brasil, e outro
que ilustrava a época do governo de Juscelino Kubitschek, marcada pelo
desenvolvimentismo, mas também pela desigualdade social.
Já em ciências da natureza, a prova do Enem trouxe questões clássicas
principalmente em física e química, com problemas que pediam
conhecimentos como amperagem e voltagem, e outros exigindo o cálculo de
massa, mol, além de outras questões de química orgânica. Em outra
questão de física, os candidatos tiveram que identificar os diferentes
gráficos que representavam adequadamente os movimentos de velocidade nas
diversas fases da queda de um paraquedista.
A questão mais comentada, porém, foi uma de história do Brasil que, no
texto de uma charge, trouxe a palavra "gasolina" escrita com "z". O MEC
explicou que a grafia errada tem um contexto histórico e irônico, mas a
pergunta acabou virando piada no Twitter.
No
domingo,
a prova de linguagens e códigos
trouxe um texto em inglês sobre Steve Jobs, o fundador da empresa de
tecnologia Apple, e o candidato tinha de responder qual sua contribuição
para a tecnologia. Em português, uma das questões trouxe um trecho da
música "Até Quando" do cantor Gabriel o Pensador. Também uma das
questões citava os protestos no Egito e a relação deles com a internet.
Em matemática houve a predominância de cálculo de área de todos os
objetos, cálculo de tangente, perguntas sobre lucro e porcentagem, com
exemplos que traziam o aluno para situações da vida real, como calcular o
melhor custo/benefício ou saber qual empresa deu mais retorno em menos
tempo. Conhecimentos mais específicos sobre logaritmo foram
requisitados. A maioria das questões pedia que o aluno soubesse lidar
com conversão de unidades, de minutos para segundos, de centímetros para
metros, entre outras.
A divulgação do gabarito oficial do Enem 2013, porém, não pode ser
usada como base para o cálculo da nota final dos candidatos. Isso
acontece porque a metodologia usada pelo exame leva em consideração
outros fatores, e não só o número de questões certas. A Teoria de
Resposta ao Item (TRI) usa um conjunto de cálculos e probabilidades
baseados no tipo de pergunta que o candidato acerta e no desempenho dos
demais estudantes.
Entenda como é feito esse cálculo
Uma das imagens usadas para motivar a redação
dos candidatos (Foto: Reprodução)
Redação
A prova de redação do Enem neste ano teve como tema
"Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil".
O assunto foi considerado por professores como atual, pertinente e
adequado ao formato de redação do exame. Quatro informações serviram
como base para a redação, duas imagens e dois textos. Uma das imagens
ilustrava uma campanha do governo federal defendendo que as pessoas não
dirijam após beber, e a outra trouxe um infográficos com dados de uma
pesquisa sobre os efeitos da campanha na percepção da população. Já os
dois textos eram informativos e traziam dados sobre acidentes de
trânsito e iniciativas de adaptação dos bares à nova legislação, que
entrou em vigor em 2008 e, em 2012, se tornou ainda mais rígida.
As regras da correção da redação também se tornaram ficaram mais duras
neste ano. Inserção de trechos indevidos, como receitas de macarrão e
hinos de times de futebol, que fogem ao tema, poderão resultar em nota
zero para o candidato. A alteração, inclusive, está explícita no edital
da prova, ao contrário das edições anteriores.
Além disso, o limite para a discrepância entre as duas notas dos
corretores foi reduzido. Neste ano, todas as redações do Enem serão
corrigidas por pelo menos duas pessoas. Todas as vezes que as duas notas
tiverem uma diferença de mais de 100 pontos, um terceiro avaliador
corrigirá a prova para que se chegue à nota final. No ano passado, essa
tolerância era de 200 pontos. Se a nota em um das cinco competências
(que vai de 0 a 200) tiver discrepância de 80 pontos, a redação também
irá para o tercerio corretor.
Por causa da mudança, a estimativa do governo é de um aumento no número
de redações que passem pela terceira correção. Em 2012, 21% das provas
estiveram nessa situação. Agora, ele afirma que essa porcentagem chegue a
um terço. Para garantir uma correção mais rigorosa, houve um aumento no
número de corretores de 5.692 para uma quantidade prevista de 8.400
segundo o Inep. O número de supervisores também subiu, de 234 para 280, e
35 coordenadores deverão liderar o processo de avaliação.
Após a fase de correção, as redações estarão disponíveis para
visualização na página do Inep na internet, mas segundo o edital, seu
uso será apenas para fins pedagógicos. Os estudantes terão acesso com a
senha pessoal gerada no momento em que fizeram a inscrição para o exame.
Ainda não há data para essa divulgação.
Fonte: Globo.com