Na bola na trave de Thiago Silva seguida pelo gol contra de Fernandinho, dois lances de escanteio ocorridos antes dos 15 minutos do primeiro tempo, resume-se a eliminação do Brasil. Porque muitas vezes o que decide uma partida são lances de sorte, e claro, o primeiro gol. Houve azar e, no futebol, ele decide. A lição a se aprender não é outra que não a de que o futebol não tem equipes imbatíveis nem imenso favoritismo quando se chega às quartas de final, onde tudo é nervoso e parelho.
Não se trata de dizer que o Brasil não teve defeitos em sua derrota por 2 a 1 para a Bélgica. Faltou antecipação na cabeçada de Kompany que desviou em Fernandinho — o que lembra um pouco o gol da Suíça, também oriundo de escanteio. Philippe Coutinho certamente fez sua pior partida na Copa do Mundo — e ainda assim, foi o autor do passe para a cabeçada certeira de Renato Augusto. Os erros de passe dele e de Fernandinho, de novo infeliz como titular num Mundial, se multiplicaram pela partida e fizeram a equipe perder na transição defesa-ataque. No segundo tempo, Coutinho ainda perdeu a bola do jogo, bem como Renato Augusto, que poderia ter saído como herói da partida. Faltou algo em meio à ansiedade.
Sim, a Bélgica desistiu de atacar no segundo tempo. Sua vitória se concentrou no miolo do primeiro, quando Kevin de Bruyne e Lukaku perceberam que o corredor central do Brasil, sem a guarda de Casemiro, tinha mais espaços. Aí sai o gol, numa arrancada hipnótica do centroavante Lukaku, a bola chega até o chute rasteiro e milimétrico de De Bruyne. A geração belga abria 2 a 0, o jogo escapava das mãos dos brasileiros pela primeira vez na Copa do Mundo e, mesmo tendo uma história que registra 15 viradas em partidas de Mundial, o vão que se abria era demais. No segundo tempo, tudo seria corrigido, sobretudo com a marcação segura de Miranda sobre Lukaku.
Tite escalou seu time com as convicções que sempre deram certo — pôs em campo Gabriel Jesus, centroavante sem gols, mas brigador, e Willian, que tinha feito boa partida contra o México. Marcelo voltara à lateral. Nas mexidas, Firmino, que muitos queriam no lugar de Gabriel Jesus, não fez um grande segundo tempo ao entrar no lugar de Willian. Douglas Costa mostrou que, não fosse a lesão muscular, talvez tivesse sido titular desde o jogo contra a Costa Rica, na segunda rodada do grupo. E aí, a questão do excesso de carga dos treinos, apontada por Renato Augusto em entrevista coletiva e reforçada pela mulher de Douglas Costa em entrevista a Bruno Marinho e Igor Siqueira, talvez seja algo a se ressentir e debater.
Neymar brigou. Quis achar a bola, quis jogo, quis pênalti. Ficou evidente, pela má vontade do árbitro sérvio em conferir o VAR, que as expressões forçadas de dor lhe cobraram um preço. Errou passes, perdeu passadas, mas não se omitiu. Exigiu de Courtois, ao fim da partida, uma das defesas mais eletrizantes da Copa do Mundo. De uma maneira geral, não há que se falar de omissões nesse Brasil.
O Brasil deixa a Copa do Mundo perdendo de 2 a 1 para uma grande seleção, a mais ofensiva deste Mundial. A lição a aprender desta vez é mais simples que a de 2014, mas é dolorosa por ser simples. No futebol, há coisas que não acontecem, mesmo quando são merecidas. E, às vezes, a gente cai de pé.
O GLOBO
Não se trata de dizer que o Brasil não teve defeitos em sua derrota por 2 a 1 para a Bélgica. Faltou antecipação na cabeçada de Kompany que desviou em Fernandinho — o que lembra um pouco o gol da Suíça, também oriundo de escanteio. Philippe Coutinho certamente fez sua pior partida na Copa do Mundo — e ainda assim, foi o autor do passe para a cabeçada certeira de Renato Augusto. Os erros de passe dele e de Fernandinho, de novo infeliz como titular num Mundial, se multiplicaram pela partida e fizeram a equipe perder na transição defesa-ataque. No segundo tempo, Coutinho ainda perdeu a bola do jogo, bem como Renato Augusto, que poderia ter saído como herói da partida. Faltou algo em meio à ansiedade.
Sim, a Bélgica desistiu de atacar no segundo tempo. Sua vitória se concentrou no miolo do primeiro, quando Kevin de Bruyne e Lukaku perceberam que o corredor central do Brasil, sem a guarda de Casemiro, tinha mais espaços. Aí sai o gol, numa arrancada hipnótica do centroavante Lukaku, a bola chega até o chute rasteiro e milimétrico de De Bruyne. A geração belga abria 2 a 0, o jogo escapava das mãos dos brasileiros pela primeira vez na Copa do Mundo e, mesmo tendo uma história que registra 15 viradas em partidas de Mundial, o vão que se abria era demais. No segundo tempo, tudo seria corrigido, sobretudo com a marcação segura de Miranda sobre Lukaku.
Tite escalou seu time com as convicções que sempre deram certo — pôs em campo Gabriel Jesus, centroavante sem gols, mas brigador, e Willian, que tinha feito boa partida contra o México. Marcelo voltara à lateral. Nas mexidas, Firmino, que muitos queriam no lugar de Gabriel Jesus, não fez um grande segundo tempo ao entrar no lugar de Willian. Douglas Costa mostrou que, não fosse a lesão muscular, talvez tivesse sido titular desde o jogo contra a Costa Rica, na segunda rodada do grupo. E aí, a questão do excesso de carga dos treinos, apontada por Renato Augusto em entrevista coletiva e reforçada pela mulher de Douglas Costa em entrevista a Bruno Marinho e Igor Siqueira, talvez seja algo a se ressentir e debater.
Neymar brigou. Quis achar a bola, quis jogo, quis pênalti. Ficou evidente, pela má vontade do árbitro sérvio em conferir o VAR, que as expressões forçadas de dor lhe cobraram um preço. Errou passes, perdeu passadas, mas não se omitiu. Exigiu de Courtois, ao fim da partida, uma das defesas mais eletrizantes da Copa do Mundo. De uma maneira geral, não há que se falar de omissões nesse Brasil.
O Brasil deixa a Copa do Mundo perdendo de 2 a 1 para uma grande seleção, a mais ofensiva deste Mundial. A lição a aprender desta vez é mais simples que a de 2014, mas é dolorosa por ser simples. No futebol, há coisas que não acontecem, mesmo quando são merecidas. E, às vezes, a gente cai de pé.
O GLOBO
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