O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), planeja
colocar na pauta da sessão desta quarta-feira (1º) a votação da proposta
de emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições deste ano
para novembro. “Está avançando para que a gente consiga colocar a
matéria em votação amanhã. Acho que está bem encaminhado o diálogo para
que a gente possa votar amanhã e ter uma definição sobre o assunto
durante o dia de quarta-feira”, disse durante entrevista coletiva.
O texto já foi aprovado pelo Senado e se não for modificado
pelos deputados segue para promulgação. Inicialmente havia resistência
de alguns deputados do Centrão em adiar para novembro, mas os deputados
do bloco informal de direita e centro declararam apoio à medida após um
acordo para aprovar projetos de interesse de prefeitos, como aumento na destinação de verbas federais para municípios e a volta das propagandas partidárias.
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FPM
No entanto, Maia afirmou que os projetos já estavam em discussão
antes da votação da PEC de adiamento das eleições e que não há relação
entre as iniciativas.
“A discussão da [MP que garante repasses federais para estados e
municípios] 938 já estava sendo feita independente disso. O governo
estava negociando conosco qual era a melhor forma de aplicação desses
quase R$ 6 bilhões, tem demanda para o setor de transporte, pela
manutenção dos recursos pelo FPM. Não vejo isso como uma troca, não sei
de onde saiu disso e acho um erro vincular uma coisa à outra, já que não
existe nenhuma necessidade”.
Maia disse que a proposta do senador Jorginho Mello (PL-SC) que
estabelece a volta da propaganda partidária em anos não eleitorais
poderá ser votada pelo Congresso. “Naturalmente no decorrer dos próximos
meses é um debate que vai voltar porque é um interesse de muitos
partidos na Câmara e no Senado”, declarou. Essa é outra demanda de
deputados para votar o adiamento das eleições.
"Tem um debate dos partidos para reestabelecer o tempo
de televisão partidária a partir do próximo ano. É um debate que precisa
ser feito, não deve ser vinculado a nenhum projeto de adiamento de
votação, naturalmente no decorrer dos próximos meses é um debate que vai
voltar porque é um interesse de muitos partidos na Câmara e no Senado".
Decotelli
Maia também comentou sobre a saída de Carlos Alberto Decotelli do
Ministério da Educação. “Estive com ele uma vez quando era presidente do
FNDE,
tive uma boa impressão dele. Infelizmente acredito que tenha perdido as
condições pelas informações que tenho”, declarou durante entrevista
coletiva nesta tarde.
Decotelli foi nomeado ministro na última quinta-feira (25), mas tem
sofrido desgastes por seguidas inconsistências e denúncias de fraudes em
seu currículo acadêmico. Nesta terça ele pediu demissão do cargo.
“Vamos
esperar que o novo ministro venha em uma linha de defesa da educação,
futuro das crianças, diferente do ex-ministro que saiu anteriormente [Abraham Weintraub]”, disse Maia.
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