Vencedores que perderam
O MDB é o partido com a maior quantidade de prefeitos eleitos, 784. Mas perdeu 260 prefeituras em relação a quatro anos atrás. Pela primeira vez desde 1988, controlará menos de mil municípios. O PSDB foi quem se saiu melhor nas maiores cidades, mas perdeu ainda mais: terá sob o seu controle 279 municípios a menos. Esse declínio em capilaridade poderá afetar as bancadas de deputados federais de ambos os partidos, que já caíram bastante nas últimas eleições para o Congresso.
O MDB tem um problema adicional. Não conseguiu projetar nenhuma liderança de expressão nacional. Bons nomes numa campanha presidencial, por exemplo, podem puxar candidatos a cargos legislativos, inclusive à Câmara (algo decisivo, já que o tamanho da bancada de deputados eleita define a porção do fundo partidário apropriada por cada legenda).
Quem mais cresceu
Como salta à vista desde a divulgação dos resultados do primeiro turno, os partidos que apresentaram maior crescimento em número de prefeituras pertencem ao Centrão, coalizão de corte conservador que se caracteriza menos pelo perfil ideológico do que pelo apego a nomeações e recursos federais, valiosos instrumentos para conquistar e preservar o poder local. DEM, com 196 municípios a mais, PP (190), PSD (116) e Republicanos (106) foram os maiores vitoriosos.
Percentualmente, as agremiações que mais cresceram foram Avante, Patriota, Podemos e PSL, mas todas conquistaram números modestos de prefeituras: quem mais ganhou foi o Podemos, 102. O risco de embarcar no ilusionismo aqui é grande, como mostra o caso do PSL. De fato, ele triplicou o total de prefeitos, mas isso significou passar de 30 a 90, resultado fraco se lembrarmos que se trata do partido com a segunda maior bancada na Câmara (atrás apenas do PT) e que mais recebeu dinheiro para a campanha eleitoral – quase R$ 200 milhões.
Mais de 535 mil candidatos disputaram os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições de 2020
Fernando Frazão/Agência Brasil Eleições municipais são como um caleidoscópio. As múltiplas arenas de batalha, o grande número de partidos e de candidatos e as complexas conexões entre temas locais – em princípio, os mais determinantes para os resultados eleitorais – e nacionais possibilitam visões muito diversas, de tonalidades bastante diferentes. Análises apressadas, em geral, estão condenadas ao daltonismo.
Para reduzir tal risco, consolidamos nesta edição especial os principais resultados, facilitando a compreensão do que as urnas falaram em novembro, e acrescentando sempre que possível observações que tentam ir além do óbvio.
Deve-se ressaltar que ainda não foram divulgados oficialmente os resultados finais e completos das eleições (sem falar que Macapá escolherá o prefeito apenas neste domingo, dia 6). Por isso, alguns dos gráficos usados a seguir apresentam totalizações que ficam por vezes abaixo do número total de municípios brasileiros (5.570).
1. Partidos por quantidade de prefeituras
Evolução do número de prefeituras por partido (2016/2020)
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Fonte: Congresso em Foco
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