A Coca-Cola, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro e o prêmio Oscar são mais “jovens” do que alguns candidatos destas eleições. Entre os 25.366 candidatos registrados, dois se destacam pela determinação em se manter na política depois dos 90 anos. Delio de Barros Velloso (PRB) e Camilo Cola (PMDB) concorrerão ao cargo de deputado federal por São Paulo e Espírito Santo, respectivamente.
O mais velho é Velloso, que nasceu em 15 de dezembro de 1922 e, portanto, vai completar 92 anos no final deste ano. O coronel serviu na Força Pública – órgão que precedeu a Polícia Militar do Estado de São Paulo até 1970 e já disputou outra eleição, que não se lembra ao certo, mas há uns 30 ou 40 anos, pelo PL, e não se elegeu.
Casado e com formação em engenharia, os bens que o candidato declarou ter somam R$ 644,8 mil. Entre as posses estão joias de pérolas e de ouro (R$ 52,6 mil), casa e terreno em Piracicaba, cidade natal (R$ 338,6 mil), um veículo (R$ 36,7 mil) e poupanças em três bancos diferentes (R$ 202,3 mil).
De acordo com o candidato, idade não é problema na política. “Posso ser um deputado federal melhor do que muitos dos que estão por aí”. Entre as diferenças para muitos deputados federais, Velloso apontou o fator honestidade e não ter interesse em ganhar dinheiro com o cargo, já que possui uma vida razoável devido à aposentadoria.
“Meu sonho é e sempre foi ajudar o Brasil”, afirma. O candidato diz estar com ótima saúde. “Minha idade cronológica é 91, mas meus médicos me dão 60 e poucos. Minha cabeça está melhor do que quando eu era mais moço”, ressalta.
O já deputado Camilo Cola demonstra que ainda não se cansou da política do país, que, segundo ele, só tem porta de entrada. Candidatou-se a reeleição a deputado federal pelo estado de Espírito Santo e, se reeleito, será o mais velho a se sentar nas cadeiras da Câmara de Deputados, aos 91 anos.
Seu diferencial, de acordo com ele, são seus atuais 90 anos de experiência, que não se resumem apenas a uma trajetória política. “Eu já estive na guerra. Me voluntariei e fui eu quem recebi a mensagem dos alemães que pretendiam se render”, relembra ele, que já escreveu um livro sobre isso.
Em 2010, ele já havia tentado ocupar o cargo e a marca de mais velho parlamentar brasileiro, mas não se elegeu. Contudo, como era primeiro suplente de sua coligação partidária (PMDB-PT-PSB), assumiu o mandato em 2012, quando o então deputado Audifax Barcelos (PSB-ES) deixou o cargo para ser prefeito de sua cidade.
Cola, nascido em 26 de julho de 1923, declarou-se, no pedido de registro de sua candidatura, empresário, divorciado e com grau de instrução até o ensino fundamental. Delimitou sua campanha aos custos de R$ 2,5 milhões e, se depender apenas de auto-doação, não faltará verba para atingir tal previsão. O candidato declarou bens que atingem R$ 27,5 milhões.
Embora não tenha sigo agraciado com doações para sua campanha até agora, de acordo com a primeira parcial de declaração de gastos de campanha, o candidato acredita que poderá angariar votos suficientes para se eleger.
“Se você perder a esperança, perde tudo. Nós temos muitas pendências ainda na área política, tem muito esforço em andamento que quero continuar no meu segundo mandato. Me sinto na liberdade, inclusive, de pedir o seu voto”, disse o candidato à reportagem.
Vai ter 90 anos
Entre três os candidatos mais velhos, o mais jovem é Waldir, o Jovem. Este é o nome que Waldir Rufino dos Santos optou por registrar nas urnas eleitorais para concorrer a vaga de deputado estadual de Minas Gerais. Se eleito, ele entrará para a faixa dos nonagenários assim que tomar posse, já que seu nascimento é datado em 18 de janeiro de 1925.
Fonte: contasabertas.com.br (Contas Abertas)