Candidato a vice de Robinson Faria, acusa o vice de Henrique Alves de participação no Plano Collor
A rivalidade pelo Governo do Estado parece que não está só entre os cabeças de chapa Robinson Faria (PSD) e Henrique Eduardo Alves (PMDB). Isso porque nesta semana o deputado estadual Fábio Dantas (PC do B), candidatos vice-governador de Robinson, questionou a competência do deputado federal João Maia, presidente estadual do PR e companheiro de chapa de Henrique, ao lembrar, que Maia participou da estratégia econômica equivocada do governo Fernando Collor de Mello, que confiscou a poupança dos brasileiros, levando centenas de milhares de pessoas e empresas à falência no Brasil no início da década de 90.
Fábio Dantas lembrou ainda que João Maia foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, durante o governo Wilma de Faria (PSB), candidata ao Senado, executando um trabalho pífio, já que não representou o desenvolvimento do Estado. “João Maia é conhecido por ter participado do governo Collor, da elaboração do Plano Collor um, que confiscou a poupança dos brasileiros, todos nós lembramos, fato este que põe em xeque sua capacidade como gestor. Além disso, foi secretário de Desenvolvimento Econômico, mas estamos aí com o estado estagnado”, destacou Fábio Dantas.
“Ele realmente confiscou a poupança, foi um dos mentores Plano Collor um. Plano que não foi só confisco da poupança, mas colocou o Brasil numa profunda crise econômica. Até hoje muitas empresas estão quebradas, pessoas morreram porque perderam dinheiro bloqueado, empresas faliram, não se aprumaram mais. Na década de 90 a crise foi tal, do tal, que ocasionou uma profunda recessão, saímos da hiper inflação para a recessão brava porque foi um período em que a moeda desapareceu da economia”, diz Dantas.
Segundo os livros de história econômica do Brasil, a teoria do plano econômico do governo Collor foi desenvolvida pelo economista Antônio Kandir, mas o plano efetivamente implementado foi desenvolvido pelos economistas Zélia Cardoso de Mello, Antônio Kandir, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga, Eduardo Teixeira e João Maia.
Para Fábio Dantas, é lamentável João Maia ter entrado no serviço público sendo responsável por uma proposta que fracassou. Dantas recorda ainda que, após a malsucedida investida contra a poupança dos brasileiros, João Maia teve participação medíocre já condução do Desenvolvimento Econômico do Estado, como secretário de Desenvolvimento do governo Wilma?
“A experiência que João teve no executivo não foi boa. E Henrique, seu companheiro de chapa, não fica atrás”, citou, lembrando que, no governo do primo, Garibaldi Filhou, uma Secretaria foi criada com poderes especiais para Henrique gerir, a Secretaria de Governo e Projetos Especiais (SEGOV), que não chegou a deixar nenhum legado em termos de projeto para o Estado. “A SEGOV não tem um projeto sequer”, afirmou Dantas.
“Não posso falar de Fábio Dantas. A história dele é muito curta”
Se engana, porém, quem pensa que o deputado federal João Maia, do PR, “comprou a briga” com o deputado estadual Fábio Dantas. Afinal, questionado sobre as declarações do adversário, Maia preferiu apenas ressaltar sua história de vida e diminuir a de Dantas, que teria uma trajetória bem mais curta que a dele.
“Eu tenho certo respeito por Fábio. Ele tem muita razão para falar de mim, mas eu não posso falar dele, porque a história dele é muito mais curta que a minha. Então, vou falar o que dele? Que ele é deputado? Que ele sabe fazer aliança? Que ele o pai é prefeito de São José do Mipibu? Não dá para falar dele”, afirmou João Maia, dizendo que não entraria na briga.
É claro que, além disso, João Maia ressaltou a própria história, como forma de comparar o que o adversário fez. “Deixa eu falar uma coisa para você. Eu sai daqui e fui para Brasília, fez três anos de engenharia civil e fui expulso da universidade por lutar pela redemocratização. Fui embora para o Rio de Janeiro fazer vestibular de novo. Me formei em economia, virei mestre em economia, dei aula dez anos de economia brasileira e de economia avançada na universidade federal Fluminense. Eu fui secretário de Planejamento da cidade do Rio de Janeiro. Fui para o governo Federal com o Funaro, depois fui com Zélia, com Collor, fui secretário nacional de economia”, relembrou João Maia.
HISTÓRICO
Plano Collor foi o nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos que tinham como objetivo estabilizar a inflação durante a gestão do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) no Governo Federal. O plano estendido até 31 de julho de 1993, quando foi substituído pelo embrião do que vinha a ser o Plano Real, implantado oficialmente em 1994. O plano era oficialmente chamado Plano Brasil Novo, mas ele se tornou associado fortemente a figura de Collor, e “Plano Collor” se tornou nome de facto.
A teoria do plano econômico foi desenvolvida pelo economista Antônio Kandir.1 O plano efetivamente implementado foi desenvolvido pelos economistas Zélia Cardoso de Mello, Antônio Kandir, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga, Eduardo Teixeira e pelo deputado federal potiguar João Maia.
O plano Collor foi instituído em 16 de Março de 1990, um dia depois de Collor assumir a presidência e combinava liberação fiscal e financeira com medidas radicais para estabilização da inflação. As principais medidas de estabilização da inflação foram acompanhadas de programas de reforma de comércio externo, a Política Industrial e de Comércio Exterior, mais conhecida como PICE, e um programa de privatização intitulado Programa Nacional de Desestatização, mais conhecido como PND. A polêmica, no entanto, foi motivada pelo confisco da poupança de milhares de pessoas, levando muitos a falência.
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