A estratégia Kamikaze da campanha de Henrique, candidato do acordão


DO ESTADÃO



O Estadão traz hoje uma reportagem sobre as eleições do Rio Grande do Norte com o seguinte título: “Todo-poderoso’ em Brasília -  Eduardo Alves vira ‘azarão’ no Rio Grande do Norte”. A reportagem diz que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), passou de favorito a azarão na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte ante o rival Robinson Faria (PSD). Apesar da aliança com 17 partidos políticos, a última pesquisa Ibope o coloca com 38% das intenções de voto, contra 45% do adversário. Sua rejeição chega a 47%, ante 35% do concorrente.

E no segundo parágrafo completa:

– A utilização por Faria de uma gravação de apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o discurso de que o peemedebista, em seus mais de 40 anos ininterruptos como deputado federal, pouco ajudou o estado são apontados como os principais motivos do atual cenário.

E por que Henrique passou da qualidade de favorito ao de azarão? Diria, sobretudo, porque a estratégia de marketing de sua campanha neste segundo turno está sendo feita para um candidato que partiu para o tudo ou nada. O jogo baixo usado pelo marqueteiro importado da Bahia somado ao já elevado índice de rejeição de Henrique Alves tem contribuído para o crescimento do seu adversário Robinson Faria (PSD).

A baixaria por parte da coligação “União pela Mudança” da qual Henrique é o candidato a governador, já lhe rendeu ao menos três direitos de resposta no programa eleitoral. A ao insistir com as peças usadas para tentar desconstruir a candidatura adversária usando pra isso a injúria e a difamação, Henrique Alves poderá terminar a campanha na próxima sexta-feira sem o seu último programa eleitoral no rádio e na televisão, o que convenhamos seria inédito e vexatório.

A verdade é que a estratégia Kamikaze montada pelo marketing importando da Bahia não está surtindo o efeito esperado e se contradiz ao discurso de Henrique Alves no primeiro turno que dizia ser contra o radicalismo na política, que isso já teria tido um fim. Ao que parece, Henrique Alves não mudou nada. Ou melhor, mudou o seu discurso.

Numa rápida análise se percebe claramente que o programa de Henrique Alves mudou da água para o vinho. Uma mudança radical que pode lhe custar caro, literalmente. O erro de Henrique Alves – mais um em uma campanha recheada de turbulências – foi ter mexido em time que estava ganhando, afinal, mesmo com uma diferença de apenas 5% para o segundo colocado – Robinson Faria – Henrique Alves saiu vitorioso no primeiro turno.

A estratégia Kamikaze da campanha de Henrique pode resultar num fim melancólico.




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