João Evangelista falou sobre resultado das urnas, perfil do eleitor, nova composição do Congresso e cenário estadual.
RN Acontece da Band Natal desta quarta-feira (29) recebeu o professor da UFRN e cientista político, João Evangelista.
O Brasil reelegeu Dilma Rousseff (PT) e o RN elegeu Robinson Faria (PSD). Para falar sobre esse cenário político brasileiro após o pleito do último domingo (26), o RN Acontece da Band Natal desta quarta-feira (29) recebeu o professor da UFRN e cientista político, João Evangelista.
Para João, o resultado das urnas é um reflexo das manifestações do ano passado. “O Brasil que emergiu das urnas é o Brasil que se manifestou ou uma parte que se manifestou nas mobilizações do ano passado”.
O professor traçou uma característica do eleitor comum. “Para o eleitor comum é muito difícil entender que no Brasil você tem o sistema político federativo, ou seja, você tem atribuições e responsabilidades divididas entre a União, os estados e municípios. O cidadão comum não quer saber se a responsabilidade da segurança é do Governo do Estado, ou se o problema da saúde é da Prefeitura. Ele faz uma leitura generalizada de que o Governo é o culpado”.
João ainda citou as três questões sociais mais cruciais em uma gestão. “Você tem o problema da segurança mais evidente, a questão da saúde é outra questão crucial, a questão da educação tem que ser vista com um pouco mais de cuidado porque quando você considera a educação no plano federal é de excelente qualidade, o problema é a escola que é de responsabilidade do município e governos estaduais”.
Sobre o novo Congresso, o professor é enfático. “O Congresso é muito pior do que tínhamos antes”.
E acrescenta. “A gente tem que considerar que a cultura política é muito importante. Qual a cultura política no Brasil? A cultura política no Brasil gira em torno das figuras dos mandatários. As pessoas dão pouca importância a escolha dos seus representantes na Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e no Senado”.
Segundo o especialista, a solução para isso seria a reforma política. “Onde haja critérios mais rígidos de representação parlamentar de modo a traduzir de forma mais fidedigna a vontade política do cidadão”.
Sobre a questão do país ter saído divido nessas eleições, João discorda. “Não concordo com essa interpretação. Você teve eleitores de Dilma e Aécio em todos as cidades do Brasil. Isso é uma falácia e alimenta um preconceito já existente”.
E com relação a derrota de Henrique Alves (PMDB), o professor relaciona ao acordão. “Henrique tinha alguns problemas. Um deles é o acordão. Agora, eu acho que Henrique errou na estratégia política também”.
João Evangelista encerrou falando da vitória de Robinson Faria (PSD). “Robinson precisa segurar a maioria na assembleia e estou muito satisfeito com as primeiras declarações do governador eleito no sentido das perspectivas de composição do governo”.
Fonte: Nominuto
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