Previsto para ser lançado na próxima quarta-feira (8), o novo plano
de auxílio financeiro aos estados em dificuldade vai prever um
tratamento menos vantajoso aos governadores que forem promovidos graças à
ajuda federal.
Pelo programa, os estados que têm nota C na avaliação do Tesouro
poderão apresentar programas de ajuste fiscal com horizonte de quatro
anos e, se aprovados, serão autorizados a tomar empréstimos com aval da
União. Hoje, eles não têm acesso a essas linhas de crédito, com taxas de
juros mais baixas.
O Ministério da Economia criou, porém, um limite mais baixo de quanto
os estados recém-promovidos podem tomar emprestado. O objetivo é não
desestimular os que já fizeram ajustes e, por isso, já têm notas
melhores (A e B).
Os estados nota C que aderirem ao programa poderão tomar emprestado até o equivalente a 3% de sua receita corrente líquida.
O valor é inferior ao que estados que já são B podem tomar — entre 4%
e 8% de sua receita corrente líquida em empréstimos. O único estado com
nota A, o Espírito Santo, pode pegar crédito com aval da União em valor
equivalente a até 12% de sua receita.
Os governadores dos estados nota C terão a chance de ampliar esse
limite, desde que se comprometam em privatizar ativos. Mas, mesmo neste
caso, cada parcela do empréstimo só será autorizada à medida que o
estado entregue etapas para concluir a privatização.
A exigência mais apertada se tornou necessária após a frustração do
governo federal com o Rio, que prometeu privatizar a Cedae até 2021
dentro do regime de recuperação fiscal. O novo governador, Wilson Witzel
(PSL), eleito no ano passado, afirmou ainda na campanha eleitoral que
não venderá a estatal.
Apelidado de “plano Mansueto” pelo ministro Paulo Guedes, em
referência ao secretário do Tesouro que elaborou o novo programa, o
plano vai elencar sete opções de políticas de ajuste que os estados
podem acionar.
Os estados deverão entregar, em quatro anos, uma economia que permita
que eles ascendam no ranking do Tesouro para nota B por esforço
próprio.
No cardápio de opções, os governadores poderão escolher, entre outras
alternativas, a adotar uma lei de responsabilidade fiscal estadual, um
teto para o crescimento dos gastos, uma meta de redução de renúncias
fiscais ou a revisão dos regimes jurídicos de servidores, que preveem a
promoção automática de funcionários (os chamados triênios e
quinquênios).
Os estados deverão escolher pelo menos três alavancas. Entre as
cláusulas para adesão ao novo programa, o Ministério da Economia quer
que os governadores adotem ainda o mesmo marco legal de distribuição do
gás, que está em elaboração pelo Ministério da Economia em associação
com a Petrobras.
Auxiliares do ministro acreditam que os estados interessados poderão concluir a adesão em cerca de três meses, o que viabilizará operações de crédito ainda neste ano.
Auxiliares do ministro acreditam que os estados interessados poderão concluir a adesão em cerca de três meses, o que viabilizará operações de crédito ainda neste ano.
Numa outra frente, o Ministério da Economia quer criar um novo
programa de transferência para estados exportadores que substituirá a
atual lei Kandir (que recompensa os governadores que não tributarem
exportadores).
A ideia é criar uma nova compensação, que vai incluir a exigência de
aumento da poupança e, ainda, metas sociais, como a redução da
mortalidade infantil e a melhora nas avaliações de ensino (Ideb).
Folhapress
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