Ideb tem excluído algumas instituições de seu ranking, mas microdados do Inep mostram levantamento mais amplo, envolvendo todas as escolas que participam do Enem
Ideb funciona como um indicador que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação
Para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino público, foi criado, em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
O Ideb funciona como um indicador que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação e é calculado a partir de dois componentes: fluxo escolar e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep.
O fluxo escolar é a nota do rendimento estudantil no próprio colégio, fornecido pela escola para o sistema (caráter declaratório), de modo que, uma instituição com um baixo nível de exigência atinge índices superiores nesse quesito e uma escola pública, por exemplo, onde muitos alunos não conseguem completar a série, fica em desvantagem.
Já a média de desempenho das escolas, segundo componente do Ideb, é baseada em duas provas, a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). São avaliadas apenas habilidades em Língua Portuguesa e Matemática.
Todas as escolas públicas participam dessas provas, mas apenas uma pequena quantidade de escolas da rede privada (3,7%) escolhidas por sorteio (disposto no Art. 5º da Portaria Inep nº 366, de 29 de abril de 2019) são convidadas a realizar o exame.
Pelos motivos expostos acima, está muito claro que as médias obtidas pelo Ideb não são o parâmetro mais eficaz e isonômico para avaliação da capacidade competitiva dos alunos e da escola no Enem. O exame é a principal porta de entrada para o ensino superior do país. Para este fim, devemos nos basear no ranking do Enem que constitui um indicador claro, direto e democrático da qualidade da educação das escolas.
RANKING DO ENEM
Após a realização do Enem, o Inep informa os dados do desempenho obtido por todos os alunos e todas as escolas do Brasil sem nenhum tipo de exclusão por sorteio ou qualquer outra forma de descriminação. São os chamados microdados do Inep.
O ranking do Enem criado a partir dessas informações, apresenta a fidelidade e precisão necessária para uma avaliação mais criteriosa em relação ao ensino.
Em 2019, a Folha de São Paulo divulgou um ranking das escolas brasileiras baseado no rendimento dos alunos retirado dos microdados. E nesta lista podemos observar, como o esperado, um predomínio de escolas da rede privada no topo da lista. Confira, as 20 melhores instituições do Brasil segundo essa avaliação.
Aqui no RN, apenas 11 escolas particulares das 297 existentes foram sorteadas pelo Ideb. Enquanto outras excelentes e tradicionais escolas do estado ficaram de fora desta lista, como o Colégio Marista de Natal, o Salesiano Dom Bosco e o Colégio Ciências Aplicadas, este último, que no Enem 2018 foi classificado em 15º lugar do Brasil, melhor desempenho entre as escolas do RN. O resultado foi comprovado pelos microdados do Inep divulgados em junho deste ano pelo jornal Folha de São Paulo, um dos veículos de comunicação de maior credibilidade do país.
Se fizermos o cruzamento dos dois “rankings” é possível observar a magnitude da incoerência. Por exemplo: as duas escolas particulares com maior índice Ideb do RN não figuram nem entre as 100 primeiras do Brasil, segundo os dados do Enem.
CONCLUSÃO
Para uma melhor avaliação do desempenho das escolas em relação a aprovação de seus alunos no ensino superior, ou para medir o nível de aprendizagem, o ranking do Enem é o índice recomendado, por congregar todas as escolas – públicas e privadas – e por utilizar uma prova com todas as áreas de conhecimento (matemática e suas tecnologias, ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e redação). Mas se o interesse for em avaliar o nível de desenvolvimento de uma determinada escola pública, que leva clara desvantagem em relação as escolas privadas na competição para o Enem, o Ideb serve como um interessante parâmetro complementar.
Ideb funciona como um indicador que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação
Para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino público, foi criado, em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ideb que é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
O Ideb funciona como um indicador que possibilita o monitoramento da qualidade da Educação e é calculado a partir de dois componentes: fluxo escolar e as médias de desempenho nos exames aplicados pelo Inep.
O fluxo escolar é a nota do rendimento estudantil no próprio colégio, fornecido pela escola para o sistema (caráter declaratório), de modo que, uma instituição com um baixo nível de exigência atinge índices superiores nesse quesito e uma escola pública, por exemplo, onde muitos alunos não conseguem completar a série, fica em desvantagem.
Já a média de desempenho das escolas, segundo componente do Ideb, é baseada em duas provas, a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). São avaliadas apenas habilidades em Língua Portuguesa e Matemática.
Todas as escolas públicas participam dessas provas, mas apenas uma pequena quantidade de escolas da rede privada (3,7%) escolhidas por sorteio (disposto no Art. 5º da Portaria Inep nº 366, de 29 de abril de 2019) são convidadas a realizar o exame.
Pelos motivos expostos acima, está muito claro que as médias obtidas pelo Ideb não são o parâmetro mais eficaz e isonômico para avaliação da capacidade competitiva dos alunos e da escola no Enem. O exame é a principal porta de entrada para o ensino superior do país. Para este fim, devemos nos basear no ranking do Enem que constitui um indicador claro, direto e democrático da qualidade da educação das escolas.
RANKING DO ENEM
Após a realização do Enem, o Inep informa os dados do desempenho obtido por todos os alunos e todas as escolas do Brasil sem nenhum tipo de exclusão por sorteio ou qualquer outra forma de descriminação. São os chamados microdados do Inep.
O ranking do Enem criado a partir dessas informações, apresenta a fidelidade e precisão necessária para uma avaliação mais criteriosa em relação ao ensino.
Em 2019, a Folha de São Paulo divulgou um ranking das escolas brasileiras baseado no rendimento dos alunos retirado dos microdados. E nesta lista podemos observar, como o esperado, um predomínio de escolas da rede privada no topo da lista. Confira, as 20 melhores instituições do Brasil segundo essa avaliação.
Aqui no RN, apenas 11 escolas particulares das 297 existentes foram sorteadas pelo Ideb. Enquanto outras excelentes e tradicionais escolas do estado ficaram de fora desta lista, como o Colégio Marista de Natal, o Salesiano Dom Bosco e o Colégio Ciências Aplicadas, este último, que no Enem 2018 foi classificado em 15º lugar do Brasil, melhor desempenho entre as escolas do RN. O resultado foi comprovado pelos microdados do Inep divulgados em junho deste ano pelo jornal Folha de São Paulo, um dos veículos de comunicação de maior credibilidade do país.
Se fizermos o cruzamento dos dois “rankings” é possível observar a magnitude da incoerência. Por exemplo: as duas escolas particulares com maior índice Ideb do RN não figuram nem entre as 100 primeiras do Brasil, segundo os dados do Enem.
CONCLUSÃO
Para uma melhor avaliação do desempenho das escolas em relação a aprovação de seus alunos no ensino superior, ou para medir o nível de aprendizagem, o ranking do Enem é o índice recomendado, por congregar todas as escolas – públicas e privadas – e por utilizar uma prova com todas as áreas de conhecimento (matemática e suas tecnologias, ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e redação). Mas se o interesse for em avaliar o nível de desenvolvimento de uma determinada escola pública, que leva clara desvantagem em relação as escolas privadas na competição para o Enem, o Ideb serve como um interessante parâmetro complementar.
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