A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) enviou à Procuradoria-Geral Eleitoral um pedido para investigar indícios de irregularidades nas pesquisas eleitorais realizadas nas semanas que antecedem o primeiro turno das Eleições 2020, marcado para acontecer no próximo domingo (15).
O motivo seria o grande número de pesquisas realizadas nesse período, sendo algumas delas pagas pelos próprios institutos.
No Rio Grande do Norte, um fato envolvendo esse assunto foi registrado no município de Pau dos Ferros, no Alto Oeste potiguar. Existe a suspeita de que instituições que realizam as pesquisas eleitorais estariam favorecendo determinados candidatos. De acordo com informações dos denunciantes, um exemplo seria uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Seta, cujo contratante teria sido o próprio instituto e não veículos de comunicação, órgãos ou outras entidades, como normalmente acontece.
A metodologia aplicada nas pesquisas também foi ponto de questionamento. Há ainda a informação de que um grupo de pessoas residentes no município de Pau dos Ferros teria tentado fiscalizar o trabalho realizado pelo Instituto Seta no momento das abordagens para a coleta de informações que subsidiam as pesquisas. A suposta fiscalização, no entanto, teria sido refutada pela equipe.
O caso deve ser investigado pelo Ministério Público Eleitoral, para averiguar se houve algum tipo de fraude nas pesquisas. Em outros estados, como em Goiás, o trabalho de investigação já foi iniciado. Na última quinta-feira (5), a Polícia Civil de Goiás cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Goiânia e na cidade vizinha Aparecida de Goiânia contra empresa que “produziu e divulgou 349 pesquisas suspeitas em 191 dos 246 municípios goianos”, segundo nota do MPE-GO.
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