O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que vai autorizar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação, mas avalia ampliar o escopo da investigação para incluir a apuração sobre obras inacabadas nos governos do PT, como pediu a base do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O assunto foi discutido ontem em reuniões com integrantes da oposição e governistas. Pacheco prometeu avaliar o pedido da CPI do MEC e os requerimentos apresentados pela ala governista sobre obras inacabadas, narcotráfico em fronteiras e atuação de organizações não-governamentais na Amazônia. A decisão deve ser discutida por Pacheco com líderes, no início da próxima semana.
“O fato é que, havendo fato determinado, assinaturas, há uma tendência, obviamente, que exista a Comissão Parlamentar de Inquérito”, disse Pacheco, ao destacar que o pedido da CPI não ficará na gaveta. “Não há nenhuma intenção de proteger ou perseguir governo ou oposição”, afirmou Pacheco.
A oposição criticou a tentativa do governo de juntar os dois pedidos de CPI em uma investigação. O mesmo ocorreu com a CPI da Covid, no ano passado, quando o Senado iniciou a investigação e incluiu a apuração sobre verbas repassadas a Estados e municípios, a pedido do Palácio do Planalto.
”Há uma intenção nisso, claramente, de tumulto. Em princípio nós somos avessos à ideia de juntar, mas nos submetemos ao despacho do presidente do Senado”, disse o líder da Oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Após Pacheco ler o requerimento no plenário, a instalação da CPI do MEC dependerá agora da indicação de seus integrantes por líderes partidários. Aliado do Planalto, o senador Marcos Rogério (PL-RO) afirmou que as obras inacabadas precisam ser investigadas porque são um tema “correlato”.
Governistas já admitem que a CPI será instalada e pediram a inclusão da investigação sobre obras inacabadas e pagamentos do Fies no mesmo pedido. “Minha posição, inclusive, é que as obras inacabadas venham na frente da investigação”, disse Marcos Rogério. O pedido de instalação da CPI do MEC foi protocolado pela oposição na terça-feira, 28, no Senado. O requerimento tem 31 assinaturas, quatro a mais do que o mínimo exigido, de 27. As assinaturas podem ser retiradas, no entanto, até o dia da leitura do documento em plenário, por Pacheco.
Tribuna do Norte
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