"PSD NASCEU NA BASE DE SUSTENTAÇÃO DE VÁRIOS PROJETOS ONDE O PSB ESTÁ INSERIDO", AFIRMA GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS

Na semana passada, o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), esteve em Mossoró para participar da série de encontros da legenda intitulado "Um Novo Caminho para a Nossa Cidade". Segue na íntegra a entrevista coletiva concedida por ele no aeroporto Dix-sept Rosado.

O Mossoroense: O senhor está em Mossoró para passar um pouco de sua experiência administrativa. Qual o segredo para uma boa gestão?

Eduardo Campos: Primeiro gostaria de registrar a minha alegria de voltar a Mossoró, de ver o PSB do Rio Grande do Norte em Mossoró se preparando para as eleições discutindo com a sociedade, com a comunidade sobre o futuro de uma das mais importantes cidades do Brasil e do Nordeste. Um lugar que se prepara para viver uma nova etapa de sua história em que o desenvolvimento econômico esteja aliado ao crescimento das pessoas. Uma etapa em que a população participe efetivamente das decisões não só para escolher a futura prefeita, mas também as prioridades, as políticas públicas, participar das escolhas e possa viver um tempo diferente, de inclusão, de distribuição de renda, surgimento de oportunidades sobretudo para os que mais precisam, para a juventude... nós fizemos no último final de semana um congresso em Brasília para discutir o futuro das cidades e a recomendação foi exatamente de em cada cidade fazer o que Larissa está fazendo aqui: ouvindo a comunidade e trazendo experiências das mais diversas na gestão pública que o PSB tem vivido em grandes municípios brasileiros e em importantes estados. O nosso partido tem hoje seis governadores, governamos três capitais do Brasil e temos os dois governadores mais bem avaliados e os dois prefeitos de capital mais bem avaliados. Nós temos procurado antes de disputar as eleições construir com o povo um programa. Foi assim que fizemos em Pernambuco em 2006 e é o que estou vendo ser feito aqui em Mossoró. Isto é: combinar e pactuar qual é o objetivo da candidatura e como é que vamos construir com a sociedade essas transformações. Esse ciclo de debates que se inicia hoje deve seguir até próximo às convenções partidárias, colhendo elementos para um programa de governo em diversas áreas como gestão da saúde, segurança pública, educação, geração de empregos, qualificação profissional, política para jovens, para o mundo rural, eu acho que esse é um extraordinário caminho.

OM: Sem nenhum preconceito, como o senhor analisa o PSB no Rio Grande do Norte comandado por tantas mulheres?

EC: O PSB vem na frente demonstrando o papel cada vez mais destacado da mulher brasileira em todos os espaços da sociedade como a política, mas também na vida acadêmica, na atividade empresarial, na mídia... isso é sinal dos tempos da democracia em que vivemos. Estamos numa superação de uma região machista como o Nordeste, isso está ficando para trás e estamos construindo um ambiente muito mais saudável e respeitoso sem as diferenças que marcavam a cena nordestina e brasileira na questão de gênero. Cada vez mais temos experiências muito positivas em políticas públicas para as mulheres.

OM: Tem saído na mídia que o senhor teria indicado a ex-governadora Wilma de Faria para a Sudene. Procede?

EC: Wilma é um talento político do nosso partido no Rio Grande do Norte e do Nordeste brasileiro. Já teve a oportunidade de ser prefeita três vezes em Natal e duas vezes governadora. Pode servir ao povo mais pobre, soube vencer preconceitos e embates políticos muito pesados, pois os adversários nunca aliviaram em cima dela e tem um legado que o povo conhece de ações que melhoraram a vida das pessoas. Ela tem preparo para assumir qualquer função pública. O que nós sabemos é que o interesse no momento dos companheiros do PSB vai em outra direção. Na direção de que ela possa voltar a disputar as eleições. Claro que é muito cedo para que a gente possa exigir que ela tome uma posição de hoje para amanhã, mas tenho sentido dia após dia que as pessoas do PSB, que encontrei no congresso do último final de semana, estão indo mais na linha da disputa eleitoral em Natal.

OM: No começo do governo Dilma se cogitou o nome de Wilma para esse cargo. O que faltou para essa indicação acontecer?

EC: Desde o início do governo que a presidenta Dilma havia me falado que tinha pensando em Wilma para compor a equipe de governo. Conversando no último final de semana com os companheiros de PSB no Rio Grande do Norte, vejo que eles estão pensando no projeto político eleitoral de 2012 para ela. Há o desejo de que ela componha o Governo Federal em alguma função que só cabe a presidenta falar, mas há também o desejo que ela dispute a Prefeitura do Natal.

OM: Então, o senhor defende que ela seja candidata a prefeito de Natal?

EC: Esta é uma decisão que cabe a ela. O partido está animado para que ela seja candidata, mas a decisão quem toma é ela e o partido no Rio Grande do Norte.

OM: O PSB conversa com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassabi, para formar um bloco na Câmara dos Deputados e lançar um candidato a presidente daquela Casa?

EC: Quem lhe disse isso? São especulações. Na verdade temos uma boa relação com o PSD, você sabe disso. O PSD nasceu na base de sustentação de vários projetos onde o PSB está inserido. Temos uma boa relação com o prefeito Kassabi de quem fui colega na Câmara dos Deputados por dois mandatos e com certeza vamos ter uma atuação conjunta em muitos municípios e no Congresso, mas nós não estamos discutindo formação de bloco, nem eleição de mesa na Câmara. Não faz nenhum sentido esse debate agora porque ele está muito distante e existem outros partidos amigos com quem temos relação e temos que conversar e dialogar no tempo certo.

OM: Eduardo Campos é candidato à Presidência da República em 2014?

EC: Quem lhe disse isso?

OM: Seu nome é sempre lembrando pela mídia nacional?

EC: Não. Eduardo Campos é candidato a fazer um governo em Pernambuco que corresponda às expectativas de uma população que 83% votou nele. A gente não pode descuidar desse compromisso primeiro. Agora estão chegando as eleições municipais. Vamos cuidar para que aqui tenha uma prefeita que possa ajudar a ter uma Mossoró melhor no futuro.

OM: O senhor no seu discurso falou da relação histórica entre PSB e PT. O senhor acha possível o PT estar no palanque de Larissa?

EC: Eu acho que é sempre possível unir as forças que estão juntas ajudando a mudar o Brasil. É muito importante que a gente dialogue em torno de projetos. É só assim que a gente se entende.

Fonte: Jornal O Mossoroense
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