Campanha de Henrique Alves parte para apelação

Por Túlio Lemos

Jornalista e colunista do O Jornal de Hoje
Túlio Lemos
Definitivamente, a campanha de Henrique partiu para o desespero na última semana da eleição. Partidários do candidato do PMDB ‘trabalham’ na produção de material falso para confundir o eleitor. É a guerrilha de esgoto. Da sexta para o sábado, soltaram matéria falsa a respeito do suposto envolvimento de Robinson na delação premiada de George Olímpio. Amanheceram o sábado divulgando o resultado de duas pesquisas inexistentes. É o vale tudo da eleição.

DEMOLIÇÃO

O problema é que o pessoal está confundindo desconstrução do adversário com demolição da verdade. Não se derruba o opositor com matéria prima mentirosa. O efeito é contrário e com maior intensidade. Quem está orientando a campanha de Henrique está apenas ‘esquecendo’ esse detalhe, que faz toda a diferença.

PERMISSÃO

A Justiça Eleitoral permite que verdades sejam ditas por Henrique e Robinson, em troca de acusações sob o amparo da realidade. Fustigar o adversário usando material falso é de uma baixaria incomparável e revela que o vale tudo pelo poder sepulta até a lucidez.

ARMAÇÃO

Pelo que se comenta nos bastidores, armações estariam sendo projetadas para tentar criar um fato novo na campanha, a ponto de produzir reversão do quadro atual. A busca desesperada por algo com força suficiente para alterar o quadro, pode sair das páginas de política e se destacar na página policial.

CONIVÊNCIA

A multiplicação de uma notícia falsa é grave. Porém, adquire ainda mais gravidade, quando é o próprio candidato que republica a farsa, corroborando com algo claramente inexistente. Foi o caso de Henrique, que retuitou em seu microblog, resultado de uma pesquisa que não foi divulgada pelo instituto. Não é só caso de irresponsabilidade; mas também de conivência e cumplicidade com o delito.

DESMENTIDO

Outro aspecto relevante na participação de Henrique na tentativa de desqualificar a pesquisa do Ibope é que o instituto foi contratado pela Inter TV Cabugi, da qual o próprio Henrique é sócio. Ou seja: ao partir para dar veracidade a uma farsa, o candidato do PMDB desmente e desqualifica sua emissora.

EXPERIÊNCIA

Henrique, ao dar efeito multiplicador a uma mentira, também desqualifica um dos mais sérios profissionais do mercado de pesquisa do Estado, o professor Mardone França. Por ter experiência com diretor de instituto que erra ou frauda pesquisa, Henrique talvez tenha imaginado tratar-se da mesma pessoa e cometeu uma grave injustiça com o professor Mardone, reconhecido pela seriedade de seu trabalho.

DERROTA

Um deputado do PMDB conversou com este colunista na tarde de sexta-feira e admitiu claramente que a campanha de Henrique perdeu votos e a perda de votos provocou a perda do rumo, que o levará à derrota. O parlamentar eleito acha que uma semana é pouquíssimo tempo para haver uma mudança expressiva do quadro.

MOSSORÓ

O jornalista Carlos Santos conversou com o ministro da Previdência, Garibaldi Filho, que passou por Mossoró na última quinta-feira. Perguntado a respeito da possibilidade de Henrique vencer o segundo turno na capital do Oeste, o sincero pai de Waltinho expressou a verdade: “Não é isso. Trabalhamos para diminuir a diferença”.
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