Levantamento realizado por grupo pró-impeachment mostra que o cenário no Congresso não está favorável para a presidente Dilma. Indecisos têm definido voto contra o governo, diz Mapa do Impeachment
O placar do impeachment no Congresso não está favorável para a presidente Dilma Rousseff. De acordo com a plataforma Mapa do Impeachment, produzida pelo movimento antigoverno Vem Pra Rua, o número de deputados que apoiam a deposição presidencial atualmente soma 248 votos a favor, 119 contrários e 145 indecisos. No Senado, são 35 a favor, 25 contrários e 21 indecisos.
A ferramenta foi lançada há um mês, quando placar era bem diferente: 150 deputados eram favoráveis ao impeachment, enquanto 129 eram contrários e 234 eram identificados como indecisos. Para permanecer no cargo, Dilma precisa de pelo menos 172 votos contrários no Plenário da Câmara. Contrariando os números apresentados pelo levantamento, Dilma declarou nesta quarta-feira (23) que está segura de que o processo não avançará para o Senado.
“Eu tenho convicção de que teremos os votos necessários”, disse.
Caso a convicção da presidente não se confirme e o processo seguir para o Senado, Dilma precisará da maioria simples para barrar o impeachment (ou seja, ao menos 41 dos 81 votos da Casa).
O quadro que mostra a evolução do posicionamento dos parlamentares na Câmara e no Senado revela que o índice de políticos contrários ao impeachment permanece estável, de modo geral. A mudança mais notável envolve o número de indecisos e de favoráveis ao afastamento: enquanto o primeiro grupo está cada vez mais reduzido, o segundo vem aumentando gradativamente.
O líder do movimento Vem Pra Rua, Rogerio Chequer, acredita que as manifestações do dia 13 de março contribuíram para que mais parlamentares assumissem posição favorável ao impeachment. “O dia 13 de março mostrou o desejo da população brasileira. Dado que a configuração jurídica para o impeachment já existe, agora é a vez de os parlamentares representarem a vontade do povo. Os que votarem contra essa vontade – e a favor de Dilma – não serão esquecidos nas próximas eleições. Os que votarem contra o impeachment serão sempre lembrados como os defensores de um governo corrupto”, disse Rogerio.
Voluntariado
Para atualizar o site, o acompanhamento do posicionamento dos parlamentares é feito por um grupo de 30 voluntários do Vem Pra Rua, que diariamente recebe informações por parte dos próprios parlamentares que gostariam de corrigir algum dado ou deixar o grupo dos indecisos para assumir algum posicionamento. Até então, a equipe nunca testemunhou grandes mudanças de opinião, como o fato de um parlamentar do grupo contrário migrar para o dos favoráveis, e vice-versa.
Para solicitar a mudança de posição no Mapa do Impeachment, o site determina que o parlamentar deve fazer uma declaração pública, deixando clara a sua opinião sobre o processo. “Não consideramos respostas de comentários de Facebook nem respostas individuais por e-mail como uma declaração pública válida. Não basta declarar-se oposição, a favor do povo, a favor da renúncia, a favor de novas eleições, contra o governo ou qualquer outra coisa genérica. É preciso fazer uma declaração direta, literal, inequívoca e sem ressalvas sobre o impeachment. A palavra ‘impeachment’ precisa ser usada e é fundamental que essa declaração esteja em local de destaque”, diz o portal.
A deputada Christiane Yared (PR-PR) ilustra a rigidez dos critérios estabelecidos pela plataforma para efetuar a alteração de posicionamento em relação ao impeachment. De acordo com o Vem Pra Rua, Yared “disse em seu Facebook que já esclareceu sua posição sobre o assunto, mas não entendemos dessa forma, pois na sua justificativa de cinco parágrafos e 120 palavras, não falou sobre impeachment. Nem mencionou a palavra”.
Por não ter seguido os critérios determinados, segundo o Vem Pra Rua, a deputada permanece no grupo dos indecisos.
Fonte: Congresso em Foco
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