De acordo com o docente, normalmente os cenários políticos se consolidam com dois meses de antecedência. “Você já tem elementos, através de pesquisas e das condições de funcionamento naquele momento da economia, da atividade política, da avaliação de governo, em que já consegue estabelecer uma linha [de prognóstico]”, afirma.
Perguntado se Fátima já pode resolver a eleição no primeiro turno, Menezes crava: “sem dúvida”. A leitura é feita com base na última pesquisa Ipec, que mostra uma avaliação de 39% de avaliação de ótimo ou bom para a governadora, mas também com o “retrovisor” em relação à gestão anterior em que, segundo Daniel, a petista ganha vantagem.
Outro ponto positivo para ela seria o papel da oposição no RN. “Além do cenário ser muito bom para Fátima, os candidatos de oposição não passam credibilidade, objetivamente falando. Então acho bastante plausível que a disputa para o governo termine no primeiro turno”, diz ele, citando os principais adversários de Fátima: Styvenson Valentim (PODE) e Fábio Dantas (SD).
No caso da União, é “mais complicado”. “A gente depende de fatores que se relacionam com a antecipação do primeiro turno por parte dos eleitores da chamada terceira via”, afirma Daniel, sobre os votos de Gomes e Tebet. Ainda assim, para ele, o voto útil favorável a Lula pode existir neste campo.
“O voto útil, que é um voto estratégico, é mais fortemente produzido pelas classes portadoras de instrução formal elevada. E é justamente o eleitor de Ciro e Tebet. São pessoas que acompanham pesquisas, que fazem esse voto estratégico, e é um público que especificamente estabelece esse tipo de comportamento do ponto de vista eleitoral.”
Para o Senado, o pesquisador pede atenção em dois movimentos. “Primeiro, a entrada de Lula na defesa de Carlos Eduardo (PDT), pedindo voto. O segundo é a rejeição que Rogério [Marinho, PL] tem diante do campo progressista o que, acredito eu, forçará uma parte desse eleitorado a fazer voto útil, a escolher aquele que tem mais condições de derrotar Rogério.”
O trabalho de Marinho a favor da reforma trabalhista é algo que pesa contra o candidato, aponta Menezes. “Foi feita uma pesquisa, e 60% da população rejeita a reforma trabalhista. Mesmo com todo esse esforço da imprensa, dos grandes grupos econômicos de tentar mostrar uma vantagem, uma melhora, a população rejeita a reforma trabalhista”, diz.
“Isso se torna mais significativo num Estado que é pobre, como o nosso. Você tem uma base na pirâmide muito grande. Essas pessoas querem direitos, elas querem carteira assinada. E a correlação reforma trabalhista [versus] diminuição de carteira assinada me parece que é um dado que as pessoas têm muito forte para elas”, acredita.
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