Alcivan Costa
A confirmação do embate eleitoral suplementar em Mossoró, agendado para o dia 4 de maio, evidenciou conversações e entendimentos no campo políticos que estavam sendo tratados de forma discreta nos bastidores, limitada apenas aos dirigentes partidários. Um exemplo desta questão é o acordo político que vem sendo costurado entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). As duas agremiações, desde o final do ano passado, se movimentam no sentido de firmar uma aliança para o pleito suplementar.
De acordo com os rumores, a deputada estadual Larissa Rosado (PSB), mesmo encontrando-se sub judice e com risco iminente de inelegibilidade, concorreria novamente à chefia do Poder Executivo mossoroense. Como companheiro de chapa, desponta o presidente interino da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Alex Moacir (PMDB).
Nos meios políticos, a aliança entre socialistas e peemedebistas chamou a atenção não somente pela união de legendas que estiveram em campos opostos nas últimas eleições municipais, mas pelo fato do presidente do Poder Legislativo municipal ser ligado, tanto politicamente quanto familiarmente à ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB). Existem correntes no próprio PMDB garantindo que o presidente da Câmara Municipal vai acompanhar o posicionamento a ser adotado pela ex-prefeita Fafá Rosado, enquanto outra corrente peemedebista alega que o vereador Alex Moacir já estaria definido como participante da chapa encabeçada pelo PSB.
Um risco observado na aliança mossoroense envolvendo os socialistas e peemedebistas diz a respeito a aceitação popular. Na história política recente do Rio Grande do Norte situações semelhantes geraram resultados desastrosos para as legendas, no tocante a embates eleitorais.
Em praticamente todos os casos onde os interesses de dirigentes partidários se mostram sintonizados, mesmo após sucessivos duelos político-eleitorais, não são absorvidos pelo eleitorado norte-rio-grandense.
"O povo, o eleitor não aceita essas composições e a história política do Rio Grande do Norte mostrou isso. Vimos eleições em Natal, onde um candidato reunia em seu palanque, partidos diversos e lideranças que até pouco tempo eram adversários e como resultado: a derrota. Em Mossoró, essa união entre PMDB e PSB tem tudo não provocar o mesmo sentimento no eleitor, como ocorreu em Natal. O que existe entre o PMDB e o PSB é um sentimento comum aos dirigentes dos dois partidos, no entanto, as bases, principalmente do nosso PMDB, não demonstram simpatia. Eu prevejo que o eleitor mossoroense não aceitará isso", comentou um peemedebista ontem, ao ser entrevistado pela editoria de Política da GAZETA DO OESTE. "Temos que ver a posição de Fafá Rosado", diz.
Paralelamente, a ex-prefeita Fafá Rosado tem se mantido silente quanto a essa questão. No entanto, nos bastidores fala-se que ela terá extremas dificuldades de dividir o palanque com lideranças do PSB. Por outro lado, Fafá Rosado é hoje uma das principais eleitoras do município, principalmente pelo fato de ter concluído o seu segundo mandato consecutivo com mais de 70% de aprovação dos mossoroenses.
Outra posição evidenciada a partir da confirmação do pleito suplementar em Mossoró é o interesse velado da governadora Rosalba Ciarlini em apresentar o nome da engenheira Kátia Pinto à Prefeitura de Mossoró. Mas, ao enfrentar severos desgastes administrativos e problemas com a Justiça, sobretudo em função de sua participação no processo eleitoral de 2012, em Mossoró, a participação da governadora do Rio Grande do Norte, segundo alguns analistas, poderá ser discreta, e, abrindo mão de uma candidatura para vir a somar forças com uma outra postulação. Por conta do curto prazo até a realização do processo eleitoral, acredita-se que a governadora Rosalba Ciarlini não terá condições de viabilizar um nome competitivo.
Já o prefeito Francisco José Júnior é um nome em ascensão, sobretudo no que se refere ao processo eleitoral suplementar. Um ponto que pode visto como fundamental para viabilizar do chefe interino do Poder Executivo é o funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Belo Horizonte. Inaugurada no último dia da gestão da prefeita Fafá Rosado, a UPA passou mais de um ano fechada e, na sexta-feira passada, a unidade abriu as suas portas para a população. "Em 11 meses de administração Cláudia (Regina) apenas prometia que iria abrir a UPA e não o fez, Silveira (Francisco José Júnior) em 60 dias de administração colocou a UPA para funcionar. Não tenho dúvidas que a abertura da UPA vai credenciar fortemente o prefeito para a suplementar", analisa a fonte.
Fonte: Gazeta do Oeste