Suspense: Wilma de Faria discorda do PMDB e só anuncia candidatura em abril

PMDB pretende anunciar chapa completa no dia 28 de março e até já reservou o local para o evento

Publicado: 19 de março de 2014
Ex-governador, Wilma de Faria negou definir rumo antes de abril e aliança fechada com o PMDB: “há apenas um diálogo”. Foto: Divulgação
Ex-governador, Wilma de Faria negou definir rumo antes de abril e aliança fechada com o PMDB: “há apenas um diálogo”. Foto: Divulgação
O PMDB deve oficializar no próximo dia 28 o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), candidato a governador do Rio Grande do Norte pelo partido. A intenção do PMDB é, neste dia, em evento agendado no Praia Mar Hotel, em Ponta Negra, anunciar a chapa completa, com Henrique para o governo, o deputado federal e presidente do PR para vice-governador, e a vice-prefeita de Natal, e ex-governadora do Estado, Wilma de Faria, para o Senado. Porém, Wilma não confirma a data.
Segundo sua assessoria, o prazo para a ex-governadora anunciar seu projeto para 2014 continua sendo abril, data posterior à pretendida pelo PMDB. Assim, diferentemente do previsto pelo PMDB, Wilma mantém em suspense a possibilidade de disputar o cargo de governadora novamente, já que o único empecilho a esse projeto seria o fato de que o ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), poderia concorrer contra ela ao governo.
Ao deixar para abril o anúncio de sua definição, Wilma, em que pesem as notícias darem conta que ela será candidata ao Senado, termina criando uma situação delicada para Henrique, o PMDB e aliados. Isso porque a ex-governadora, se tiver bem nas pesquisas e com a candidatura ao Senado ameaçada pela candidatura da deputada federal Fátima Bezerra (PT) também ao Senado, poderá deslocar o projeto do Senado para o governo, onde não teria concorrentes à altura de ameaçarem a candidatura.
“Não existe data nenhuma. Wilma confirma que só anuncia em abril. Não tem data fechada. Admite apenas que o diálogo com o PMDB avançou”, afirmou a assessoria de Wilma, autorizada por ela. A ex-governadora, entretanto, participa ativamente das articulações lideradas pelo PMDB no Estado. Essas articulações visam que o palanque da união dos Alves com os Maias (Henrique, João e Wilma) contaria com uma ampla coalizão de partidos em apoio.
Além de PMDB, PSB e PR, são potenciais parceiros desses partidos o PROS, do presidente da Assembleia Legislativa, o G10, grupo formado por dez partidos que deverá participar do acordão, e legendas como PSDB, PPS e, até mesmo, o DEM, do senador José Agripino Maia e da governadora Rosalba Ciarlini. Assim, o palanque seria aliado aos candidatos a presidente da República Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
As informações, por ora, de bastidores, dão conta de que o PDT, do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, também poderá anunciar apoio à chapa de união de Alves e Maias no RN. O prefeito teria inclusive sacramentado o apoio ao primo Henrique Eduardo e a sua vice-prefeita, Wilma de Faria. O argumento do prefeito para essa decisão foi o fato de Henrique ter ajudado Natal e Wilma ter sido decisiva ao retirar candidatura dela a prefeita de Natal para apoiar a dele, nas eleições do ano passado.
PMDB ainda espera contar com o PT para apoiar candidatura de Henrique Alves para governador
Na próxima quinta-feira, o Diretório Nacional do PT vai se reunir, em Brasília, para discutir a crise com o PMDB e alianças nos Estados. Nesse contexto, haverá a possibilidade de o PT do Rio Grande do Norte declarar apoio à candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Henrique Eduardo Alves, a governador do Estado.
A informação consta de notícia veiculada pela Folha Press nesta segunda-feira. Segundo o informe, com 11 mandatos, Henrique Alves poderá desistir de se candidatar a um novo mandato na presidência da Câmara para se dedicar à campanha de governador do Rio Grande do Norte. E, para evitar que o potiguar pavimente uma eventual candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha, seu substituto na liderança do PMDB, à presidência da Câmara, o PT poderá apoiar a candidatura de Henrique a governador. Caso isso venha a acontecer, a entre PSD e PT seria prejudica, com a possibilidade de frustrar as candidaturas do vice-governador, Robinson Faria (PSD), a governador, e da deputada federal Fátima Bezerra (PT) ao Senado.
Para o PT local, tal conjetura não se transformará em realidade. “Eu não acredito. Porque quem isolou a gente não foi o PT, não foi o PT que disse que não queria aliança com Henrique”, disse o vereador Fernando Lucena, se referindo ao fato de que foi o PMDB que excluiu o PT da aliança no Estado, quando esta estava sendo cogitada.
Além disso, segundo o vereador, neste momento, nem o diretório nacional nem o local do PT aceitariam mais mudanças no quadro sucessório, tendo em vista às articulações do PMDB com partidos adversários do PT no Estado, como PSDB, PPS e DEM. “Seria muito difícil, eu não acredito pessoalmente. A não ser que o PMDB abra mão do DEM, do PSDB, e de um monte de coisas, o que também não acredito que aconteça nessa altura do campeonato”, afirmou.
Sobre a chapa que está sendo encabeçada pelo PMDB no Rio Grande do Norte, Lucena voltou a classificá-la como “a cara da derrota”. Além de possivelmente ter Henrique Alves para governador, o palanque conteria o presidente do PR, deputado federal João Maia, como vice, e a vice-prefeita de Natal, e ex-governadora, Wilma de Faria, como candidata ao Senado.
“Essa chapa é a cara da derrota. É a chapa ‘a volta dos que não foram’. A mesma coisa. O povo não vai mais nessa. O que é que muda essa gente toda? Todos estavam com Rosalba. Menos Wilma, que agora vai estar com o povo de Rosalba”, disse o petista. Para ele, “depois que fizeram essa musica ‘Você não vale nada, mas eu gosto de você’, ficou tudo relativo na política do RN. É preciso um mínimo de coerência”, completou.
Para ele, o PMDB “enquadrou” todos os políticos do RN. “Só ficou fora Robinson e o PT, o restante todo foi enquadrado”, observou, declarando que a chapa Robinson e Fátima “está confirmada”. Para Lucena o primeiro teste da sucessão 2014 acontecerá em Mossoró. “Vamos ter os palanques que vão acontecer nessas eleições. Daí vai ter ideia de como vai ser isso”.
Fonte: Jornal de Hoje
AnteriorPagina Anterior ProximaProxima Pagina Página inicial