O presidente da sessão, deputado Amir Lando, teve de suspender o evento dos 50 anos do golpe após o tumulto
Publicado: 02 de abril de 2014
A sessão solene para debater os 50 anos do golpe militar de 1964, no plenário da Câmara nesta terça-feira (1º), foi marcada por tumulto e bate-boca, e teve de ser suspensa. Os deputados viraram as costas ao colega Jair Bolsonaro (PP-RJ), defensor ditadura militar, que subiu na tribuna para fazer um discurso a favor dos militares. “Vocês vão ser torturados com algumas verdades aqui. Deixe-os de costas, presidente, por favor”, disse Bolsonaro diante das manifestações contrárias a ele.
O presidente da sessão, deputado Amir Lando (PMDB-RO), decidiu encerrar o evento, após manifestantes se recusarem a virar de frente para ouvir o discurso do deputado. “Democracia é conflito”, disse Lando. “As partes têm que ouvir as outras”, completou. Manifestantes mostraram cartazes com os dizeres “A voz que louva a ditadura calou a voz da cidadania”, com fotos de desaparecidos políticos.
Mais cedo, a sessão também teve de ser suspensa após uma faixa que parabenizava os militares pelo golpe de 1964 ser estendida na galeria do plenário: “Graças a vocês o Brasil não é Cuba”. Também a decisão do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de limitar a 100 o número de convidados para acompanhar a sessão no plenário provocou debate entre alguns deputados e seguranças da Casa.
Depois da confusão, Alves reviu a medida e liberou a entrada ao plenário e também à galeria. De acordo com o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, a restrição foi tomada para evitar um confronto entre grupos a favor e contrários ao golpe de 1964.
Fonte: Estadão