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O senador Delcídio Amaral (PT-MS) apontou, em acordo de delação premiada, um “sofisticado esquema de corrupção” nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, diz reportagem da revista IstoÉ, publicada na edição desta semana.
A revista afirma que conseguiu o anexo 7 do acordo de delação de Delcídio, de onde retirou as informações.
A IstoÉ afirma que o senador do PT de Mato Grosso do Sul apontou a existência de um “triunvirato” constituído pelos ex-chefes da Casa Civil Erenice Guerra e Antônio Palocci (também ex-ministro da Fazenda) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que teria movimentado aproximadamente R$ 25 bilhões e desviado ao menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014, que formavam coligação com a presidente Dilma Rousseff nos dois pleitos.
“A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, disse Delcídio aos procuradores, de acordo com a publicação.
A reportagem lembra que a delação do senador do PT precisa ainda ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e depois enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fazer parte da ação que requer a cassação do mandato de Dilma.
Segundo o texto da IstoÉ, a operação começou a ser concebida no leilão para a escolha do consórcio que faria a obra, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início de 2015, quando a Operação Lava Jato estava em andamento.
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, teria dito Delcídio aos procuradores da Lava Jato, conforme a revista.
Segundo as declarações do ex-líder do governo no Senado obtidas por IstoÉ, em todas as etapas do processo houve superfaturamento.
Ainda sobre a campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido pela revista, Delcídio afirma, segundo a reportagem, que o atual chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma naquele ano, atuou para “esquentar” dinheiro oriundo da indústria farmacêutica, usando a contabilidade das campanhas para governador e “forjando falsas prestações de serviço”.
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