Ronny Santos/Folhapress
Guti, novo prefeito de Guarulhos, concede entrevista após a confirmação de sua vitória
Foi uma vitória estrondosa, porém silenciosa. Gustavo Henric Costa (PSB), o Guti,eleito prefeito com 83,5% dos votos em Guarulhos (SP), o maior percentual entre as cidades que tiveram segundo turno, festejou com buzinas, bandeiras e muitos gritos. Porém, deixou de lado uma tradição: os fogos de artifício. O pessebista havia proibido o uso do barulhento recurso desde a campanha. Eleito, manteve a promessa de pé.
"Minha campanha não tem fogos de artifício. Não queria que velhinhos, crianças e cães sejam incomodados pelos estouros", diz. Também condenou a distribuição exagerada de panfletos (nas ruas, havia só bandeiras do candidato).
Na terça-feira (25), enquanto a reportagem o acompanhava em uma agenda, pediu que parasse o carro em que circulava para que um assessor arrancasse um cartaz no bairro Jardim Presidente Dutra, na periferia da cidade.
Há pouco tempo no PSB, Guti é bastante influenciado pela ex-senadora Marina Silva, hoje na Rede, mas que foi a candidata do partido à Presidência em 2014, da qual emprestou o discurso de "nova política" – o termo que o prefeito eleito mais repete em discursos e entrevistas. Seu vice é do partido da acriana, o advogado Alexandre Zeitune. Foi a maior vitória marinista em São Paulo, que, no primeiro turno, elegeu o prefeito de Lençóis Paulista e o vice de Itu.
Com parte da carreira no PV, do qual saiu após dizer ter sido perseguido pelo ex-prefeito de Guarulhos Jovino Candido – candidato a vice na chapa de Miguel Martello (PSD), derrotado no primeiro turno –, Guti é identificado com a causa ambiental. Foi presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Guarulhos por dois anos, mas nega que essa questão irá nortear seu mandato. "Sou simpatizante da causa, mas quero dar voz a todos os setores", disse.
A ida de Guti para o PSB foi conduzida pelo deputado estadual Caio França, filho do presidente paulista da legenda, o vice-governador Márcio França. Seu discurso, no entanto, é bem diferente do "socialismo" que a letra do meio da sigla sugere. Ele defende um estado mais enxuto, com menos secretarias e coordenadorias (são 32 no município) e corte nos gastos.
"Não dá para falar de novo hospital, UBS, UPA porque não temos dinheiro. Temos que garantir que as estruturas funcionem e, sem vaidade, terminar as obras que estão sendo executadas", diz o novo prefeito.
Parece liberal, mas Guti diz que não é. "É a nova política", repete. "O PSB é uma terceira via. É uma ascensão diferente, uma linguagem mais próxima da população. Não é ser liberal ou não, é um aprofundamento democrático, um programa da sociedade. Nosso compromisso é com Guarulhos, não com organização política nenhuma, esquerda, direita ou liberal."
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