Por 36 a 13, a reforma da Previdência foi aprovada pela comissão especial da Câmara nesta quinta-feira (4).
A votação, porém, entrou pela noite para que fossem avaliados os chamados destaques –pedidos de partidos e deputados para que uma parte específica da proposta seja analisada separadamente.
As regras para policiais militares e bombeiros foram mantidas, após a derrubada de um artigo do texto que previa que essas duas categorias teriam as mesmas regras que as Forças Armadas. No entanto, os destaques que davam benefícios a policiais federais e policiais rodoviários federais foram derrubados.
Após a conclusão dos trabalhos na comissão, a reforma seguirá para apreciação do plenário da Câmara.
A data de votação no plenário ainda não foi definida.
Tanto governo como oposição avaliam que essa próxima fase vai demandar muita negociação, pois ainda não estão garantidos os 308 votos para que o texto passe no plenário.
Nesta quinta, com ajuda do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, a comissão rejeitou afrouxar as regras de aposentadoria para categorias da segurança pública.
A decisão contrariou, por ora, apelos do próprio Bolsonaro, que defende regras brandas para policiais federais e policiais rodoviários federais. No entanto, permitiu a aprovação do texto que estava havia mais de três meses sendo debatido e revisto na comissão especial.
A expectativa entre os que defendem os benefícios para servidores das áreas de segurança é que essa discussão seja retomada no plenário.
Integrantes do governo e interlocutores do Palácio do Planalto atuaram para derrubar os dois destaques que favoreceriam o setor de segurança.
Um deles beneficiaria até oficiais de Justiça, mas foi derrubado por 31 votos a 17. O outro, apresentado pelo PSD, suavizaria regras para policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais legislativos, agentes penitenciários e peritos, mas também foi negado, por 30 votos a 19.
Ao ser anunciado o resultado, policiais que estavam na comissão gritavam: “PSL traiu a polícia do Brasil”. E também contra o presidente: “Bolsonaro traidor!”
“A defesa da nossa segurança pública não pode ser confundida com a defesa da Previdência Social. São coisas distintas”, disse o deputado Filipe Barros (PR), ao orientar a bancada do PSL a votar contra benesses à segurança pública.
O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, que participou das negociações, adotou tom conciliador. Disse que Bolsonaro tem ajudado na tramitação do texto.
“É evidente que ele tem direito de ter sua opinião, o Parlamento também, a sociedade também. Agora, o mais importante é o resultado, que está se manifestando de forma muito clara através do voto dos parlamentares”.
Ligado a corporações, o PSL trocou integrantes da comissão. Uma das mudanças foi a retirada do colegiado do líder do partido, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), e a entrada da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
A medida só foi adotada depois que o PSL não conseguiu construir consenso interno para votar contra o destaque apresentado pelo PSD, que encampa o lobby dos policiais.
A proposta do PSD, apresentada pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), previa que a idade mínima para essas categorias da segurança pública fosse de 55 anos, se homem, e 52 anos, se mulher –uma diferença de dez anos a menos em relação a outros servidores e a profissionais da iniciativa privada. O governo propôs idade de 55 anos.
Além disso, havia uma regra mais suave para quem já está na carreira, que poderia se aposentar após trabalhar 17% a mais do que o período restante para cumprir o tempo mínimo de contribuição.
Essa é a mesma taxa proposta pelo governo para as Forças Armadas, policiais militares e bombeiros.
Nesta quarta-feira (3), o governo chegou a propor que essa taxa fosse de 100%. Representantes dos policiais recusaram a oferta, o que derrubou as negociações.
Aliados do presidente Bolsonaro na Câmara chegaram a retomar as conversas com os profissionais da segurança para que aceitem a proposta.
Parlamentares ouvidos pela reportagem dizem que o Palácio do Planalto admite chegar a uma taxa de 30% –a negociação, no entanto, é que essas mudanças só sejam feitas quando o texto chegar ao plenário.
O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que está à frente das conversas, disse que na discussão em plenário é possível que seja apresentada uma emenda que atenda aos policiais.
“Provavelmente nós vamos reabrir as conversas para ver se no plenário dá para a gente fazer uma aglutinativa para dar o tratamento adequado às policias militares e à polícia federal”, disse o ministro.
O Planalto, porém, tem a avaliação de que a próxima etapa de votação é delicada. Ainda não estão assegurados os 308 votos necessários para aprovar a reforma no plenário.
O próprio Onyx disse que o governo está com o “pé muito no chão” e que será necessário bastante esforço para a proposta passar.
“Temos consciência, humildade, fé e ainda tem muito trabalho pela frente para garantir os mais de 308 votos que teremos, se Deus quiser, na próxima semana”, afirmou logo depois de o texto-base da reforma ser apreciado na comissão especial da Casa.
Onyx disse que a expectativa do governo é a de que a nova Previdência passe pelo plenário até o dia 17 deste mês, último dia de sessões legislativas. A partir daí, começa o recesso parlamentar.
“Estamos trabalhando para isso, mas é claro que todos vocês que trabalham na Câmara e no Senado sabem que isso depende muito do dia, mas acho que vai correr tudo bem”, disse.
“A certeza que nós temos é votar e aprovar em primeiro turno na semana que vem. Se for possível votar o segundo [turno], vamos ficar ainda mais felizes.”
Na comissão, Onyx acompanhou os minutos finais da votação. “Fizemos uma aprovação aqui com uma diferença de voto extraordinária, bem maior do que a gente imaginava, o que significa que encaminha muito bem para a decisão do plenário”, disse.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que em “nenhum momento” o governo mensurou os votos que terá no plenário da Casa para “não gerar expectativa”.
“Mas, se a gente for ver a proporção que foi na comissão especial, foi muito superior aos três quintos que não necessários no plenário”, disse.
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), no entanto, disse que o resultado na comissão foi artificial.
Molon criticou as trocas de integrantes do colegiado, feitas por partidos governistas ou que apoiam a proposta, para minar resistências ao relatório. “Se eles tivessem tanta segurança [dos apoios], não precisariam trocar membros no dia da votação”, declarou.
Para o líder da oposição, o calendário da próxima votação vai depender da quantidade de votos a favor da proposta. Molon também considera que o governo não tem ainda o número necessário.
A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a reforma está destruindo o sistema de aposentadorias e acabando com direitos.
“Temos que ter serenidade aqui, mas muita luta lá fora. Na minha opinião, eles [o governo] ainda não têm os 308 votos. E a sociedade tem que ir para cima.”
Apesar da pressão de partidos, servidores e lobistas durante as negociações na comissão especial, os principais pilares do projeto apresentado pelo governo foram mantidos no relatório final do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A economia prevista ainda é de R$ 1 trilhão em dez anos.
Folhapress
A votação, porém, entrou pela noite para que fossem avaliados os chamados destaques –pedidos de partidos e deputados para que uma parte específica da proposta seja analisada separadamente.
As regras para policiais militares e bombeiros foram mantidas, após a derrubada de um artigo do texto que previa que essas duas categorias teriam as mesmas regras que as Forças Armadas. No entanto, os destaques que davam benefícios a policiais federais e policiais rodoviários federais foram derrubados.
Após a conclusão dos trabalhos na comissão, a reforma seguirá para apreciação do plenário da Câmara.
A data de votação no plenário ainda não foi definida.
Tanto governo como oposição avaliam que essa próxima fase vai demandar muita negociação, pois ainda não estão garantidos os 308 votos para que o texto passe no plenário.
Nesta quinta, com ajuda do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, a comissão rejeitou afrouxar as regras de aposentadoria para categorias da segurança pública.
A decisão contrariou, por ora, apelos do próprio Bolsonaro, que defende regras brandas para policiais federais e policiais rodoviários federais. No entanto, permitiu a aprovação do texto que estava havia mais de três meses sendo debatido e revisto na comissão especial.
A expectativa entre os que defendem os benefícios para servidores das áreas de segurança é que essa discussão seja retomada no plenário.
Integrantes do governo e interlocutores do Palácio do Planalto atuaram para derrubar os dois destaques que favoreceriam o setor de segurança.
Um deles beneficiaria até oficiais de Justiça, mas foi derrubado por 31 votos a 17. O outro, apresentado pelo PSD, suavizaria regras para policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais legislativos, agentes penitenciários e peritos, mas também foi negado, por 30 votos a 19.
Ao ser anunciado o resultado, policiais que estavam na comissão gritavam: “PSL traiu a polícia do Brasil”. E também contra o presidente: “Bolsonaro traidor!”
“A defesa da nossa segurança pública não pode ser confundida com a defesa da Previdência Social. São coisas distintas”, disse o deputado Filipe Barros (PR), ao orientar a bancada do PSL a votar contra benesses à segurança pública.
O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, que participou das negociações, adotou tom conciliador. Disse que Bolsonaro tem ajudado na tramitação do texto.
“É evidente que ele tem direito de ter sua opinião, o Parlamento também, a sociedade também. Agora, o mais importante é o resultado, que está se manifestando de forma muito clara através do voto dos parlamentares”.
Ligado a corporações, o PSL trocou integrantes da comissão. Uma das mudanças foi a retirada do colegiado do líder do partido, deputado Delegado Waldir (PSL-GO), e a entrada da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
A medida só foi adotada depois que o PSL não conseguiu construir consenso interno para votar contra o destaque apresentado pelo PSD, que encampa o lobby dos policiais.
A proposta do PSD, apresentada pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ), previa que a idade mínima para essas categorias da segurança pública fosse de 55 anos, se homem, e 52 anos, se mulher –uma diferença de dez anos a menos em relação a outros servidores e a profissionais da iniciativa privada. O governo propôs idade de 55 anos.
Além disso, havia uma regra mais suave para quem já está na carreira, que poderia se aposentar após trabalhar 17% a mais do que o período restante para cumprir o tempo mínimo de contribuição.
Essa é a mesma taxa proposta pelo governo para as Forças Armadas, policiais militares e bombeiros.
Nesta quarta-feira (3), o governo chegou a propor que essa taxa fosse de 100%. Representantes dos policiais recusaram a oferta, o que derrubou as negociações.
Aliados do presidente Bolsonaro na Câmara chegaram a retomar as conversas com os profissionais da segurança para que aceitem a proposta.
Parlamentares ouvidos pela reportagem dizem que o Palácio do Planalto admite chegar a uma taxa de 30% –a negociação, no entanto, é que essas mudanças só sejam feitas quando o texto chegar ao plenário.
O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que está à frente das conversas, disse que na discussão em plenário é possível que seja apresentada uma emenda que atenda aos policiais.
“Provavelmente nós vamos reabrir as conversas para ver se no plenário dá para a gente fazer uma aglutinativa para dar o tratamento adequado às policias militares e à polícia federal”, disse o ministro.
O Planalto, porém, tem a avaliação de que a próxima etapa de votação é delicada. Ainda não estão assegurados os 308 votos necessários para aprovar a reforma no plenário.
O próprio Onyx disse que o governo está com o “pé muito no chão” e que será necessário bastante esforço para a proposta passar.
“Temos consciência, humildade, fé e ainda tem muito trabalho pela frente para garantir os mais de 308 votos que teremos, se Deus quiser, na próxima semana”, afirmou logo depois de o texto-base da reforma ser apreciado na comissão especial da Casa.
Onyx disse que a expectativa do governo é a de que a nova Previdência passe pelo plenário até o dia 17 deste mês, último dia de sessões legislativas. A partir daí, começa o recesso parlamentar.
“Estamos trabalhando para isso, mas é claro que todos vocês que trabalham na Câmara e no Senado sabem que isso depende muito do dia, mas acho que vai correr tudo bem”, disse.
“A certeza que nós temos é votar e aprovar em primeiro turno na semana que vem. Se for possível votar o segundo [turno], vamos ficar ainda mais felizes.”
Na comissão, Onyx acompanhou os minutos finais da votação. “Fizemos uma aprovação aqui com uma diferença de voto extraordinária, bem maior do que a gente imaginava, o que significa que encaminha muito bem para a decisão do plenário”, disse.
O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou que em “nenhum momento” o governo mensurou os votos que terá no plenário da Casa para “não gerar expectativa”.
“Mas, se a gente for ver a proporção que foi na comissão especial, foi muito superior aos três quintos que não necessários no plenário”, disse.
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), no entanto, disse que o resultado na comissão foi artificial.
Molon criticou as trocas de integrantes do colegiado, feitas por partidos governistas ou que apoiam a proposta, para minar resistências ao relatório. “Se eles tivessem tanta segurança [dos apoios], não precisariam trocar membros no dia da votação”, declarou.
Para o líder da oposição, o calendário da próxima votação vai depender da quantidade de votos a favor da proposta. Molon também considera que o governo não tem ainda o número necessário.
A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a reforma está destruindo o sistema de aposentadorias e acabando com direitos.
“Temos que ter serenidade aqui, mas muita luta lá fora. Na minha opinião, eles [o governo] ainda não têm os 308 votos. E a sociedade tem que ir para cima.”
Apesar da pressão de partidos, servidores e lobistas durante as negociações na comissão especial, os principais pilares do projeto apresentado pelo governo foram mantidos no relatório final do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A economia prevista ainda é de R$ 1 trilhão em dez anos.
Folhapress
DESTE BLOG: Veja na matéria abaixo quem votou contra e quem votou a favor dos professores.
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