A
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realizou a análise
de peixes e crustáceos com o intuito de verificar a segurança alimentar
do pescado, em virtude do aparecimento de manchas de óleo no litoral
brasileiro a partir de agosto de 2019. O diagnóstico foi entregue nesta
quinta-feira, 9, ao Governo do Estado e aponta que 17 espécies coletadas
no litoral potiguar estão adequadas para ingestão, por não apresentarem
componentes tóxicos à saúde humana.
De acordo com o coordenador
da Central Analítica do Núcleo de Processamento Primário e Reúso de Água
Produzida e Resíduos (NUPPRAR), Djalma Ribeiro da Silva, o resultado
das análises de 17 amostras de peixes e invertebrados, coletados no dia
27 de novembro de 2019, na Colônia de Pescadores de Pirangi do Sul e
Tibau do Sul, descarta o risco para a saúde do consumidor. “Esses
resultados fazem parte de um esforço da UFRN, reforçando nosso
compromisso com a sociedade”.
Realizado utilizando critérios
qualitativos e quantitativos, o estudo observou a presença de
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), derivados que indicam a
presença do petróleo. A coleta do pescado ocorreu sob a supervisão do
Departamento de Morfologia da UFRN e do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente (Idema), quando ocorreu a avaliação visual
para detectar óleo no pescado. Em seguida, foi feita uma análise química
mais detalhada para verificar a presença de HPAs, levando em
consideração padrões internacionais de qualidade do pescado.
O
diagnóstico mostra os resultados nas espécies da Cioba, Cambuba,
Sardinha, Bicuda, Tainha, Serra-Pininga e Serra, além de lagosta
(vermelha), polvo, ostra e sururu. “Os valores de hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos encontrados em todas as 17 amostras analisadas
encontram-se muito abaixo dos níveis de preocupação definidos pela
Comissão de Regulamentação da Comunidade Europeia. Por esse motivo, é
possível concluir que o consumo dos pescados e invertebrados não
representa risco para a saúde”, explica o pesquisador.
Ainda
segundo Djalma da Silva, a análise tomou como base os pescados dos
locais mais representativos do RN, visto que do total de 34 toneladas de
óleo coletadas, 31 toneladas estavam presentes no Litoral Sul. Então,
por analogia, os peixes e frutos do mar dos outros locais não devem
apresentar contaminação. Contudo, o pesquisador lembra que o ideal é que
todo o litoral seja analisado. Nessa perspectiva, para continuar as
análises nas outras colônias de pescadores, o NUPPRAR enviou proposta de
financiamento e aguarda retorno.
Análise
A
equipe que assinou o relatório técnico “Análises de hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos em amostras de pescado coletados no litoral
norte-rio-grandense – Novembro/2019” é composta por pesquisadores do
NUPPRAR e do Departamento de Morfologia, entretanto, contou ainda com a
participação de outras unidades da instituição de ensino, como os
Departamentos de Ecologia, de Ecologia Marinha e de Oceanografia e
Limnologia.
0 Comments:
Postar um comentário