O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Júlio Croda afirmou, em entrevista à CNN, que, para que se conclua a primeira fase da vacinação contra a Covid-19, no Brasil, serão necessários 30 milhões de doses de imunizantes. “Para essa primeira fase, a gente teria que vacinar, além da população indígena, pessoas que vivem em asilos e casas de apoio, profissionais de saúde e pessoas acima de 75 anos. Nós só vamos vacinar, com esses seis milhões de doses, 34% dos trabalhadores de saúde que estão na linha de frente”, diz.
“E nesse momento de crise, se a gente não inicia [a vacinação no] grupo de risco, idosos e em pessoas com comorbidade, não vamos ter controle sobre a pressão nos serviços de saúde.”
“Para a primeira fase, que dura um mês, nós teríamos que ter 30 milhões de doses. Temos perto de 30% de previsão dessas doses, juntando os 4,8 milhões de doses que o Butantan está guardando”, completa.
A grande preocupação de Croda é que o Brasil tenha que interromper o cronograma de imunização, em algum momento, por falta de vacina. “Isso gera um prejuízo muito grande, em termos de vida, pressão sob o sistema de saúde e comunicação também.”
Mais cedo, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 no estado de São Paulo, João Gabbardo, manifestou o mesmo receio do pesquisador da Fiocruz. Gabbardo afirmou que, em algum momento, a vacinação contra o novo coronavírus terá de ser reduzida, e até mesmo paralisada, por falta de doses no país.
“O processo de vacinação não vai ser contínuo. O Brasil tem condições de vacinar dois, três milhões de pessoas por dia. Nós temos aí 6 milhões de doses, isso seria suficiente para vacinar em três dias de uma forma plena, com todas as unidades de saúde funcionando. É muito pouco”, disse.
“A população vai ter que estar preparada para isso. Os gestores, secretários de Saúde e governadores vão ter que estar preparados para isso. Nós vamos começar e, em alguns momentos, a vacinação vai ter que ser paralisada ou reduzida aguardando a chegada de novas doses. É certo que vai acontecer isso”, afirmou Gabbardo.
CNN BRASIL
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