A diretora da Unicef para a América Latina e o Caribe, Jean Gough, recomendou a reabertura pelo menos parcial das escolas, apesar da pandemia.
“A reabertura das escolas é importante”, disse a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) à AFP em entrevista na quarta-feira (14).
“É preciso abri-las de uma forma que não seja a mesma (de antes), podem ser aulas presenciais por dias para uma turma e outros dias para outra turma”, recomendou Gough, que lamentou o tempo passado sem a reabertura das escolas.
“Na América Latina e no Caribe (…) sabemos que a maioria das crianças não puderam ter educação à distância ou não presencial porque as condições não existem, elas não têm internet, não têm acesso a telefone ou dispositivo para receber ensino digital”, analisou.
Gough acredita que a reabertura parcial é possível porque o coronavírus não afeta as regiões da mesma maneira, se expandindo mais nas áreas com maior densidade populacional.
“A comunidade, os pais podem decidir, pode ser que a escola esteja aberta e depois de três meses tenha que fechar devido a um novo surto, mas a criança já terá seu material para trabalhar em casa”, argumentou.
A diretora da Unicef acredita que com medidas de biossegurança é possível voltar às aulas presenciais.
“As consequências negativas da não abertura são superiores ao risco de abertura de escolas” devido aos efeitos a longo prazo para as sociedades no seu desenvolvimento, sublinhou.
Gough explicou que o confinamento é sinônimo de uma maior carga de trabalho para os pais, já que precisam cuidar da criança.
“As escolas são espaços para a saúde mental. Estar confinado, principalmente para as crianças, o impacto mental é enorme porque elas não têm espaço para correr. Elas não podem ficar apenas sentadas, precisam de um espaço para recreação”, acrescentou Gough.
Segundo relatório do Unicef, o fechamento de escolas no pior momento da pandemia prejudicou 90% dos estudantes em todo o mundo.
UOL
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