Com mais de R$ 98 milhões investidos e gastos, 23 conjuntos habitacionais inseridos no Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) estão com obras paralisadas ou atrasadas no Rio Grande do Norte. As informações são da Secretaria Nacional de Habitação acessadas pela TRIBUNA DO NORTE nesta semana. Segundo os dados da Secretaria, os empreendimentos somam 2.285 unidades habitacionais, mas parte das unidades foi entregue e está em uso.
O atraso agrava o problema do déficit habitacional existente no Estado: a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que faltam 137 mil moradias às famílias do Rio Grande do Norte.
O programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em 2009 para reduzir o déficit habitacional no Brasil, mas desde o início parte das obras enfrenta problemas com paralisação ou atraso. O empreendimento mais antigo não-entregue no Rio Grande do Norte, o Condomínio Ilhas do Caribe, começou a ser construído em junho de 2010 e, desde 2016, está com as obras paralisadas. Outras obras datam de 2011 a 2018 – ano em que novos empreendimentos do programa foram paralisados.
Localizado no município de Parnamirim, o Ilhas do Caribe foi planejado para ter 496 apartamentos com um orçamento de R$ 20 milhões, destinados à Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, composta por famílias com renda bruta de até R$ 1,8 mil – e, portanto, com mais dificuldades de moradia digna.
Segundo a Secretaria Nacional de Habitação, R$ 18,6 milhões foram liberados pela Caixa Econômica Federal para a construção do condomínio até 2013 e 93% das obras foram concluídas. A empreiteira responsável pela obra faliu e, desde então, as obras do empreendimento seguem paralisadas.
Outro empreendimento paralisado é o “Morar Bem Pajuçara”, na zona Norte de Natal. O condomínio começou a ser construído no início de 2013 e, em março de 2015, as obras foram paralisadas perto de serem concluídas – segundo o Sistema Nacional de Habitação, 94% do empreendimento está pronto. Em maio, a empreiteira abandonou a obra e menos de dois meses depois populares ocuparam o local. Uma desocupação de posse foi expedida pela Justiça Federal em fevereiro de 2016 e, quase cinco anos depois, os 176 apartamentos seguem vazios.
Razões
As razões para os atrasos ou paralisações dos empreendimentos são particulares de cada caso. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que os casos variam de negociação com a Caixa Econômica Federal, pendências dos municípios e das construtoras e de trâmites burocráticos. A pasta também afirmou que a retomada das obras paralisadas é uma das prioridades desde 2019.
Leia matéria completa na Tribuna do Norte.
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