No primeiro discurso no gabinete de transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes teve uma “coragem estupenda” durante o período das eleições, e que o presidente Jair Bolsonaro (PL) humilhou as Forças Armadas ao pedir relatório sobre as urnas eletrônicas.
“O presidente do Tribunal Eleitoral teve uma coragem estupenda, comportamento exemplar, é orgulho de todo o Brasil. Não me importa se o Alexandre de Moraes é conservador, se é progressista, de direita ou de centro. O que importa é que foi de muita coragem e dignidade no compromisso de dirigir essas eleições”, declarou.
Lula disse que Bolsonaro tem uma dívida com o povo brasileiro após colocar em dúvida o sistema eleitoral. “Ontem, aconteceu uma coisa humilhante e deplorável para as nossas Forças Armadas. Um presidente da República, chefe supremo das Forças Armadas, não tinha direito de envolver as Forças Armadas em comissão para investigar urna”, disse. “O resultado foi humilhante”.
“Não sei se o presidente está doente, mas tem obrigação de vir à televisão e pedir desculpas à sociedade brasileira e às Forças Armadas, por ter usado as Forças Armadas, uma instituição séria, garantia para o povo brasileiro, humilhada a entregar um relatório que não diz nada daquilo que ele, por tanto tempo, acusou”, continuou.
Ontem, o Ministério da Defesa enviou ao TSE o relatório da fiscalização que fez do processo eleitoral, sem apontar nenhum indício de fraude.
“Conclui-se que a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urnas (BUs) impressos com dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”, diz o material. Para Moraes, o documento reconhece o resultado da apuração — Lula obteve 50,9% dos votos, contra 49,1% de Bolsonaro no segundo turno das eleições.
UOL
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