O presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, do PP, estava se sentindo o presidente da República.
Herança do governo Bolsonaro, Lira foi eleito de novo para comandar a casa dos 513 deputados, depois de chantagear o novo governo do presidente Lula.
Lula se rendeu.
E não teve nada em troca.
Lira seguiu transformando o Brasil em um palanque de Maceió, sua base, chegando ao ponto de, depois de patrocinar várias derrotas ao governo, exigir que Lula exonerasse o ministro dos Transportes Renan Filho, do MDB.
Tudo porque Renan é adversário dele...em Alagoas.
Lira desenhou o Brasil dos sonhos dele do tamanho do seu jardim em Maceió, usando uma briga paroquiana para chantagear mais ainda o governo.
Por articulação de Lira, MDB, União Brasil e PSB, todos bem atendidos com grandes ministérios, deram as costas ao Palácio do Planalto na hora das votações, reforçando as derrotas que Arthur Lira precisava passar na cara de Lula.
Para esta quarta-feira (31), mais uma derrota estava prevista. O presidente da Câmara apostava que na votação da medida provisória que permite a reestruturação dos ministérios do governo Lula, o Planalto não passaria de 130 votos.
Mas aí...tinha um STF no caminho do encalacrado Arthur Lira, liberando para julgamento, a denúncia de corrupção passiva contra o presidente da Câmara, que se calou e deu a maior ré que o Congresso pode ter registrado nos últimos tempos.
E em vez de 130 votos, o governo Lula teve 337 votos a favor da MP, contra apenas 125 dos contra Lula. Também foi registrada uma abstenção.
O STF já deu 3 votos pra manter Lira como réu, e se o entendimento permanecer, ele simplesmente pode deixar de presidir a Câmara.
Sentindo-se muito poderoso, Lira pode até não achar, mas poderia estar cavando a mesma cova de antecessores como Eduardo Cunha...
Mas veio um STF como uma pedra em seu caminho, e o homem forte das Alagoas ficou pianinho e garantiu vitória ao governo Lula.
Além do STF, o próprio Lula entrou nas articulações e conversou com dirigentes partidários, líderes dos partidos que foram aquinhoados com ministérios.
Mas não ficou só na conversa. Teve que rolar dinheiro. O governo liberou R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, o que foi um recorde para o ano.
Com o resultado da votação, os ministérios criados pelo governo Lula seguirão sem ser incomodados.
Era tudo o que a oposição não queria.
FONTE: thaisagalvao.com.br
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