SUSPEITOS PELA MORTE DA JUÍZA PATRÍCIA ACIOLI

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Oito dos 10 suspeitos de matar juíza tiveram


prisão decretada por ela horas antes do crime

Grupo é acusado de matar jovem de 18 anos e forjar um auto de resistência



...Dos dez suspeitos de envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros na noite do dia 11 de agosto, em Niterói, na região metropolitana do Rio, oito tiveram prisão decretada por ela horas antes de sua morte.


O grupo fazia parte do GAT (Grupo de Ações Táticas) do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM) e já era réu no processo que investiga o assassinato de Diego Bellini, de 18 anos, em 5 junho do ano passado. Eles são acusados de terem criado um falso auto de resistência (quando um suspeito morre em confronto com a polícia) e registrado o caso na Delegacia de São Gonçalo (72ª DP).


Além dos oito PMs - três deles estavam presos desde 12 de setembro pelo assassinato da magistrada e cinco foram presos nesta terça-feira (27) por envolvimento no crime -, o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, comandante do Batalhão de São Gonçalo quando Patrícia foi morta, e mais um PM também do Batalhão de São Gonçalo, tiveram prisões decretadas pela Justiça. O oficial é suspeito de ser o mandante do assassinato da juíza. Ele foi exonerado do Batalhão da Maré (22ª BPM), onde atualmente comandava e está preso no Batalhão de Choque.


Como o processo em que a juíza determinou a prisão dos oito PMs corre em sigilo, não há informações da natureza da prisão - temporária ou preventiva - tampouco por quanto tempo a detenção foi cumprida.


Para a DH (Divisão de Homicídios), que investiga o assassinato de Patrícia Acioli, ao matar a juíza, o objetivo dos PMs era impedir a condenação do grupo nesse e em outros processos que estavam na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde a magistrada era titular.


Durante a apuração do assassinato de Diego, testemunhas ouvidas pela juíza disseram que o jovem, apesar de não estar armado e de não ter reagido, foi morto pelos PMs do 7º BPM, sem chance de defesa, durante incursão no morro do Salgueiro, em São Gonçalo.


Os oito policiais que participaram da ação alegaram legítima defesa e registraram no Boletim de Ocorrência da 72ªDP que a vítima teria "reagido e trocado tiros" com eles. O GAT chegou a divulgar que a vítima portava uma pistola Colt MK calibre 45.


Em seu despacho, horas antes de ser morta, Patrícia Acioli justifica a decretação da prisão dos PMs explicando que está "claro que o objetivo dos policiais era ocultar o assassinato".



O jovem chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo, mas não resistiu aos ferimentos.

Corregedoria da PM


O corregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes disse que, por enquanto, não será instaurado um procedimento administrativo para apurar a conduta do tenente-coronel e dos outros seis PMs.

- Por enquanto, o que temos é o mandado de prisão. Não tivemos acesso a nenhum documento que tenha informações suficientes para instaurar um procedimento. O processo corre sob segredo de Justiça.



O processo administrativo dura cerca de 40 dias para ser concluído. A Polícia Militar, no entanto, não tem competência para demitir oficiais, o que cabe à Justiça. Antes, a situação do oficial passa por uma avaliação do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Já os praças (soldados, cabos e sargentos) podem ser expulsos da corporação por determinação do comandante-geral.

A Corregedoria da PM recebeu o mandado de prisão contra o tenente-coronel no fim da noite da última segunda-feira (26).



Cláudio Luiz Oliveira se apresentou no Batalhão de Choque a pedido do comandante-geral, coronel Mário Sérgio Duarte.

Com a prisão de Cláudio Luiz de Oliveira, o sub-comandante do 22º BPM, tenente-coronel Isidro, assume a unidade. O tenente-coronel preso tinha 26 anos de Polícia Militar e, atualmente, não respondia a nenhum

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