Cachorro espera na porta de hospital dono que ficou internado por um mês

Alguns funcionários davam ração e água ao amigo fiel que parecia saber que, uma hora, seu dono apareceria de novo na porta da emergência.

No Brasil, um exemplo da inesgotável capacidade de um cachorro: o Seco é um cãozinho que passou frio, fome e todo o tipo de privação, mas surpreendeu a todos, quando, sem treinamento algum, foi personagem de uma história admirável de dedicação e fidelidade ao seu dono.
Os dois vivem temporariamente em um albergue, na cidade gaúcha de Passo Fundo, onde o Seco, serelepe e faceiro, anda grudado no dono, feito chicletes.
Os dois eram moradores de rua, mas Lauri ficou doente e precisou ser acolhido quando saiu do hospital. Ele havia retirado um câncer de pele. Quando o dono estava em tratamento, imaginem só o que o Seco fez?
Quem esperaria um amigo por 30 dias, em frente a uma porta, dia e noite, com chuva ou com sol? Acompanhando o entra e sai de pessoas, mas sabendo que ele não poderia entrar. Só um amigo muito querido, muito especial, faria isso por puro amor, puro sentimento. Foi o que Seco fez, esperando seu dono, em frente a um hospital.
Seco não desgrudou as patinhas da frente da emergência onde viu seu dono entrar.
"No começo, a gente não sabia de quem que era o cachorro", conta Andreia Belcaminho, recepcionista do hospital.
"Impressionante. Porque muitos familiares não vêm acompanhar os doentes", revela Regina Mazeta, recepcionista do hospital.
Alguns funcionários davam ração e água ao amigo fiel que parecia saber que, uma hora, Lauri apareceria de novo naquela porta.
E, quando esse dia chegou, o vira-latas e o morador de rua viveram um dos momentos mais felizes de suas vidas. Um carinho tão sincero, que comoveu a todos.
Globo Repórter: O que você sentiu quando você descobriu que o Seco estava do lado de fora do hospital lhe esperando? Isso lhe deu mais esperança? Mais vontade de sair do hospital? O que que aconteceu no seu coração?
Lauri Costa, catador: Eu já sabia que ele estava ali fora. Sentia.
Seco é o laço afetivo mais importante na vida de Lauri, e assim ele é capaz de ajudar no tratamento. Foi por isso que o albergue abriu a exceção e recebeu o cãozinho.
"Isso é muito importante na recuperação porque melhorou a confiança do seu Lauri, melhorou a auto-estima", afirmou Elizabeth Cechetti Lemos, psicóloga.
Seco até ganhou espaço na casinha da Titi, que é moradora antiga do albergue. Mas adivinha onde ele gosta de dormir?
"Tem aquelas escapadas do Seco junto lá no quarto. Que acaba dormindo nos pés. Às vezes a gente tem que alertar ele e recolocá-los ou adaptá-los. Mas esta é a nova vida que têm aqui juntamente no albergue municipal”, revelou Eduardo Camargo, coordenador do Albergue Municipal.
Os dois ainda são vistos pelas ruas de Passo Fundo, mas apenas para um passeio, para matar as saudades de correr na grama, brincar com outros cães. Assim Seco e Lauri vão vivendo essa história com final feliz.
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