El Niño leva chuva pro Sul e calor a outras regiões e compromete inverno do próximo ano no Nordeste

Brasília (ABr) - Enquanto moradores de cidades dos estados da Região Sul do país, especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sofrem com as fortes chuvas e tempestades de granizo, os habitantes das demais regiões buscam formas de se proteger do sol, enfrentar as altas temperaturas e a baixa umidade. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a “culpa” dessa variação climática no país é de El Niño, que este ano está mais intenso do que o normal. “O maior vilão é El Niño, que está provocando essa intempérie do tempo e do clima. Ele está segurando essa frente fria mais para o Sul e o Sudeste e, na região central, ao não chover, a massa de ar seca começa a se intensificar, provocando a baixa umidade relativa do ar e temperaturas mais altas”, explicou o meteorologista do Inmet Mamedes Luiz Melo.
Moradores do município de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre/RS, aguardam a água baixar para retornarem ao lar
El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento fora do normal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Essa mudança de temperatura, disse Melo, provoca uma modificação da circulação geral da atmosfera. No Brasil, o fenômeno se caracteriza por chuvas mais intensas nas regiões Sul e Sudeste e tempo mais seco nas regiões Norte e Nordeste. “Como El Niño está muito intenso, a região central do país também está sendo afetada. Normalmente, ele começa a aparecer em novembro, tendo seu pico em dezembro. Este ano, já começou a provocar as anomalias das águas desde maio”, explicou o meteorologista.
A meteorologia não tem boas notícia para os moradores dos estados da Região Sul, que têm tido prejuízos em virtude do mau tempo. A previsão é que a ocorrência de chuvas fortes continue. No Rio Grande do Sul, por exemplo, subiu para 100 o total de municípios atingidos pelas chuvas. “No Sul do país as essas chuvas deverão continuar em dezembro, janeiro e fevereiro para depois diminuir, quando se espera que as temperaturas do Pacífico voltem ao normal”, disse Melo.
Já para a Região Sudeste, a previsão que as chuvas fiquem dentro da média para o período, exceto no sul de São Paulo, onde o volume de chuvas deve ficar “ligeiramente acima da média”.
Na Região Centro-Oeste as altas temperaturas e a baixa umidade devem continuar pelo menos por mais dez dia. “Há uma probabilidade que depois do dia 25 de outubro possa voltar a chover na região central do país”, afirmou o meteorologista.
De acordo com o Inmet, a previsão de baixa ocorrência de chuvas deixa a situação crítica na Região Nordeste, especialmente no sertão, tradicionalmente castigado pela estiagem prolongada. O meteorologista do Inmet explicou que existem dois períodos chuvosos na região: de fevereiro a maio e de maio até agosto e que, por conta dos efeitos de El Niño, o regime de chuvas deverá ser ainda mais afetado.
Com isso, a previsão é que a segunda estação chuvosa na região fiquei abaixo da média. “A situação que já é ruim deve se complicar. Pelo menos de outubro até dezembro a previsão é que a ocorrência de chuvas fique ligeiramente abaixo da média”.
Para a Região Norte, que também já enfrenta altas temperaturas, a previsão é de manutenção do quadro atual. “No norte da Região Norte do país também vai ficar mais seco até dezembro e mais ao centro também ficará abaixo da média”.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou ontem que subiu para 100 o número de cidades atingidas pelas chuvas registradas desde a última quarta-feira. Ao todo, 132,7 mil pessoas foram atingidas, 2.431 famílias estão desalojadas, 1.517 estão desabrigadas e mais de 31,6 mil casas foram danificadas. Ttrês pessoas morreram, uma em Porto Alegre e duas em Rio Pardo, interior do estado.
Em Santa Catarina, 41 municípios registraram danos por causa das chuvas. No estado, 1.619 casa foram danificadas, 7,6 mil pessoas foram afetadas, sendo que 622 estão desalojados e 316 desabrigados. Uma pessoa morreu.
Rio de Janeiro tem dia mais quente do ano
Rio (ABr) - A capital fluminense bateu novo recorde de temperatura ontem, com a máxima chegando a 42,8 graus Celsius (°C) em Santa Cruz, zona oeste do Rio, superando os 42,1°C registrados ontem (15) em Marambaia, também na zona oeste. A temperatura recorde registrada ontem não ocorre no Rio num mês de outubro desde 1915. A mínima, de 23,2ºC, ocorreu na Vila Militar. No Alto da Boa Vista, cercado pela Floresta da Tijuca, onde, com frequência, são verificadas as temperaturas mais baixas do Rio, os termômetros atingiram 38,9ºC, a mais alta do ano para a região, superando os 38,1ºC de janeiro e setembro deste ano.
A temperatura em Santa Cruz é a terceira mais quente dos últimos 100 anos, desde que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) iniciou, em 1915, a medição das temperaturas máxima e mínima. Até agora a temperatura mais alta foi 43,2ºC, registrada no dia 26 de dezembro de 2012, também em Santa Cruz. A segunda maior ocorreu em 1984, no Bairro de Bangu, também na zona oeste, quando os termômetros assinalaram 43,1ºC.
O dia foi de muito calor, sol forte e praias lotadas, com os cariocas aproveitando o mar calmo e a água clara. Durante toda a manhã não ventou e os termômetros digitais, instalados em vários pontos da cidade, marcaram temperaturas superiores a 40 graus.
Fonte: Tribuna do Norte
AnteriorPagina Anterior ProximaProxima Pagina Página inicial

0 Comments:

Postar um comentário