A sanha alimentada pela esquerda e pela direita por uma tal de Reforma Política,
sempre presente em momentos de crise, criou um mundo pior do que o imaginado.
SEM TEMPO PARA FAZER CAMPANHA
Estamos há quatro meses da eleição e o debate sobre os problemas da cidade vive
estiagem inigualável. A eleição só acontecerá, de fato, há 45 dias da ida até a urna.
A propaganda eleitoral no Rádio e Tv só terá 35 dias. O encurtamento, além de
péssimo para a construção de uma agenda para o município e impedir que o eleitor
seja efetivamente informado, beneficia nitidamente quem já é conhecido e tem
mandato. A competição, enfim, ficará prejudicada.
Na primeira pesquisa que fiz no início de 2014 no RN o número que mais chamou
atenção não foi o que mostrava, ao contrário do que diziam os demais institutos,
Fátima Bezerra já empatada com Wilma de Faria na corrida pelo senado. Foi o dado
de que a então deputada federal do PT não era conhecida ainda por quase 15% dos
eleitores. Ora, Fátima já tinha mais de 20 anos de política. Ainda assim, 15% do
eleitorado não sabia quem era a deputada.
Acho que a comparação serve para entender o desserviço que representa reduzir o
tempo de eleição para 45 dias e o de propaganda no rádio e tv para 35. Quem tem
máquina e bom recall partirá com forte vantagem. A competição ficará prejudicada.
FIM DO FINANCIAMENTO EMPRESARIAL
No campo dos gastos, outra leitura apressada criará problemas futuros. Erguemos
uma forma de financiamento eleitoral completamente irrealista que irá explodir o
caixa 2 (empresas, sindicatos e até Organizações Sociais pagarão os serviços de
campanha "por fora" em maior proporção pela ausência de permissão e para não
baterem o teto), beneficiará quem já tem máquina na mão e entupirá os tribunais no
"terceiro tempo", permitindo aqueles com mais recursos de fiscalização do oponente
de produzirem provas contra terceiros e cassarem mandatos legítimos.
Foi jogada no lixo a interessante mudança na legislação em 2014, que obrigava a
identificação pelos partidos sobre qual foi o candidato que efetivamente recebeu a
contribuição. Antes, as agremiações não precisavam descrever quem foi beneficiado
internamente pelos recursos doados por terceiros. O conhecimento dos números foi
relevante para maior lisura e municiou a operação Lava Jato.
Cobram algo da classe política que ela não tem como efetivar por um marco
regulatório completamente despido de factualidade. Após o pleito, depois de toda a
patacoada, quando as operações policiais se multiplicarem, terá sempre aquele
alguém para dizer: tá vendo, todo político é ladrão.
A emenda sairá pior do que a encomenda.
Fonte: Portal o Potyguar
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