Do Blog de Ney Lopes
Nos últimos dias afunilaram-se as conversas políticas de bastidores no Rio Grande do Norte, com vista à eleição, principalmente, de governador do Estado, em 2018.
FATO NOVO
O fato novo é que o prefeito de Natal Carlos Eduardo, após resistir dá o “ponta pé” inicial e admite deixar a Prefeitura, candidatando-se ao governo.
Se não admitisse não estaria conversando tanto, quanto vem conversando.
Amanhã mesmo, após a procissão da Padroeira de Natal, há um encontro marcado de Carlos Eduardo com o deputado Ezequiel Ferreira, presidente da Assembleia.
Na semana passada, ao que se sabe, Carlos encontrou-se com Garibaldi e José Agripino, quando recebeu fortíssima pressão para ser o candidato.
“CORETO” BAGUNÇADO
O argumento é que, se ele não aceitar, o “coreto estará bagunçado”.
Por que esse raciocínio?
A justificativa é clara para quem conhece a política do RN.
Por mais que “pareçam” públicas e notórias as dificuldades e obstáculos para candidatos tradicionais (Alves e Maia) ganharem a eleição de 2018, a tese entre eles é que tudo não passa de ficção e há chances do controle do poder não escapar desses grupos.
Realmente, talvez eles tenham razão.
HISTÓRIA POLÍTICA RN
Olhando o passado político do RN nos últimos anos ocorreram apenas três “acidentes de percurso”, em eleições majoritárias, com vitoriosos que não tinham origem nas famílias Mariz, Rosado, Alves, Faria e Maia.
Foram as vitórias de Geraldo Melo para governador; Agenor Maria e Fátima Bezerra para o senado.
Geraldo e Agenor ganharam a eleição pelo fato da família Alves desacreditar na possibilidade de sucesso.
Mesmo assim, no caso do governo estadual, colocaram na manga uma “carta de seguro”: o então deputado Garibaldi Alves foi o vice-governador de Geraldo Melo que, no final do seu governo, teve na prática “veto” dos Alves para disputar o senado.
Era a tentativa de “segurar” Geraldo e impedir o seu crescimento político, mesmo sendo ele desde jovem correligionário de carteirinha de Aluízio Alves.
Agenor Maria saiu de uma “boleia” de caminhão e aceitou o considerado impossível pelo grupo Alves, que seria vencer Djalma Marinho para o senado.
Deu “zebra” e ele se elegeu.
Fátima Bezerra aproveitou a “onda Lula”.
FAZENDA CHAMADA RN
Não é sem razão que a política potiguar é chamada de “fazenda”, sem direito à desapropriação por interesse social ou público, salvo raras exceções.
Observe-se, por oportuno, que não há crítica pessoal, nem desmerecimento às famílias tidas como tradicionais e dominadoras do Estado.
Todas elas merecem respeito, porém contra fatos não há argumentos;
A análise é feita apenas sob o ângulo político democrático, o qual pressupõe que o poder seja distribuído por classes e grupos sociais, sem concentração permanente.
Impossível esconder, que para crescer na política do RN sempre tenha sido exigida a mudança do sobrenome….!!!!!
O editor desse blog tentou quatro vezes disputar o senado e foi sempre vetado pelo seu próprio partido, sob o domínio do atual senador José Agripino Maia, sem sequer merecer explicações.
EXEMPLO É A BANCADA FEDERAL DO RN
A composição atual da representação estadual no Congresso Nacional é o exemplo maior.
Do total de 11 parlamentares, só não pertencem ás famílias políticas dominadoras do estado há anos, ou aos fiéis e históricos adeptos desses grupos, a senadora Fátima Bezerra e o deputado Antônio Jácome.
Para relembrar: senadores José Agripino e Garibaldi Alves; deputados Walter Alves (filho de Garibaldi), Felipe Maia (filho de José Agripino), Rogério Marinho (neto de Djalma Marinho egresso dos Mariz e Maias), Rafael Motta (filho do deputado Ricardo Motta, fiel aliado desses grupos aos longos dos anos), Betinho Rosado Segundo (Rosado-Maia), Zenaide Maia (da “gema” da família Maia, primos de José Agripino, cujo irmão João Maia disputou a vice-governança com Henrique Alves em 2014) e Fábio Faria (família Faria-Mariz).
A CHAPA: CARLOS, GARIBALDI E JOSÉ
Nesse contexto, os senadores José Agripino e Garibaldi Alves, ávidos para preservarem os seus mandatos, só encontram um caminho, diante dos últimos fatos do conhecimento público: colocar imediatamente nas ruas a candidatura de Carlos Eduardo ao governo.
O prefeito de Natal, mesmo com o sobrenome, agrega o fato de ter se rebelado contra os seus próprios familiares e somente por isso conseguiu chegar aonde chegou.
Além disso revelou-se inegavelmente um bom administrador na Prefeitura de Natal.
Se não tivesse agido como agiu, talvez fosse ainda deputado estadual, com disputa acirrada em família.
Carlos e Wilma foram dissidentes dos Alves e Maia, porém ao final se reencontraram em suas origens.
Alguns dizem que essa aparente rebeldia foi apenas à aplicação do princípio “dividir para reinar”!
Aliás, os Rosados Maias de Mossoró sempre foram fieis defensores dessa máxima.
CHEGA 2018!
A verdade é que 2018 se aproxima.
Carlos Eduardo, afinal, parece entrar em campo, na companhia de seus candidatos ao Senado José Agripino Maia e Garibaldi Alves Filho.
De “quebra”, ele contaria com o apoio de Rosalba Ciarlini (Rosado Maia), indicando o vice.
Ao contrário do que se pensava, Rosalba e Carlos Augusto “esqueceriam” o “gesto” dos “mui amigos” José Agripino e da família Alves, quando arrancaram à força o direito da então governadora ser candidata à reeleição, fato único e isolado em todo o país.
O objetivo claro foi afastá-la definitivamente da vida pública e favorecer a formação da maior máquina de poder eleitoral já montada no Estado, para eleger Henrique Alves e Wilma de Faria em 2014, com o apoio não apenas de políticos, mas de grupos econômicos, que contribuíram intensamente nas estratégias e articulações.
Para o próximo ano, as “cartas” estão na mesa, com impressões digitais semelhantes ao passado, salvo aqueles alcançados (ou que venham a ser alcançados) pela vassourada da Lava Jato e da Operação Dama de Espadas.
Todos esses personagens que lançam as cartas para 2018, acreditam que a dominação política do passado se repetirá no Rio Grande do Norte e o povo os levará, novamente, ao pódio da vitória.
Será?
Responda o internauta.
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