A professora Andrea Linhares da UERN, Mossoró, escreve artigo com análise lúcida sobre o que seria o novo na política.
A seguir o texto:
É bem possível mesmo termos ‘mais do mesmo’ em 2018.
Para que possamos escolher o ‘novo’ é necessário que ‘novos’ se disponham como candidatos credivelmente capazes, vocacionados e especialmente dispostos a enfrentar as estruturas descritas acima.
Detalhe que o ‘novo’ não se prende necessariamente ao fator cronológico (idade).
Não basta ser jovem!
Tampouco o ‘novo’ deve estar atrelado ao fato de não ter experiência na vida política e partidária.
Muitos de nossos atuais deputados estaduais e federais, por exemplo, são jovens e iniciantes na vida pública mas representam o mais puro ‘velho e tradicional’ da política.
O ‘novo’ não se prende a visões que entendem que a lógica da gestão empresarial deve ser aplicada `a gestão pública.
Dirigir um Estado, sobretudo um estado pobre e com muitas carências sociais como o RN, é bem diferente de gerir uma empresa.
Tal transposição poderia representar um lamentável fiasco social, quando não um tremendo embuste.
Não se prende também, necessariamente, a ‘questões de gênero’: não basta ser o ‘feminino’.
Tem que ter capacidades e autonomia, e não ser mero ‘objeto dócil e teleguiado’ por algum masculino ou grupo de ‘masculinos dominantes tradicionais’.
O ‘novo’, na minha opinião, deveria exprimir independência, sensibilidade, racionalidade burocrática e administrativa, macrovisão dos processos e contextos, boa disposição para o conflito – e sobretudo para o diálogo, boa dose de criatividade, maior grau de compromisso com a coisa pública do que com os meros interesses pessoais e de grupo.
E ficha limpa.
O desejo pelo ‘novo’, desse modo, pode ser entendido simplesmente como o velho desejo por nomes e quadros que façam basicamente o que deve ser feito, o que deveria ser feito, desde sempre, por aqueles que atuam na vida pública!
Nessa perspectiva, portanto, nada de ‘novo’ no almejado e propalado ‘novo’.
E entendo mesmo como lamentável produto de distorção da política, quando não um equívoco, o fato de estarmos considerando capacidade de fazer o que deve ser feito como ato ou capacidade de inovação.
Criamos expectativas irreais para adiante constatarmos reais desilusões.
E nesse processo avançamos no progressivo sentimento de descrédito, descrença com relação às possibilidades de avanço através da política.
Nesse sentido o ‘novo’, realisticamente falando, poderia ser traduzido tão somente por ‘o melhor possível’.
Ou, ‘o impossível’.
A seguir o texto:
É bem possível mesmo termos ‘mais do mesmo’ em 2018.
Para que possamos escolher o ‘novo’ é necessário que ‘novos’ se disponham como candidatos credivelmente capazes, vocacionados e especialmente dispostos a enfrentar as estruturas descritas acima.
Detalhe que o ‘novo’ não se prende necessariamente ao fator cronológico (idade).
Não basta ser jovem!
Tampouco o ‘novo’ deve estar atrelado ao fato de não ter experiência na vida política e partidária.
Muitos de nossos atuais deputados estaduais e federais, por exemplo, são jovens e iniciantes na vida pública mas representam o mais puro ‘velho e tradicional’ da política.
O ‘novo’ não se prende a visões que entendem que a lógica da gestão empresarial deve ser aplicada `a gestão pública.
Dirigir um Estado, sobretudo um estado pobre e com muitas carências sociais como o RN, é bem diferente de gerir uma empresa.
Tal transposição poderia representar um lamentável fiasco social, quando não um tremendo embuste.
Não se prende também, necessariamente, a ‘questões de gênero’: não basta ser o ‘feminino’.
Tem que ter capacidades e autonomia, e não ser mero ‘objeto dócil e teleguiado’ por algum masculino ou grupo de ‘masculinos dominantes tradicionais’.
O ‘novo’, na minha opinião, deveria exprimir independência, sensibilidade, racionalidade burocrática e administrativa, macrovisão dos processos e contextos, boa disposição para o conflito – e sobretudo para o diálogo, boa dose de criatividade, maior grau de compromisso com a coisa pública do que com os meros interesses pessoais e de grupo.
E ficha limpa.
O desejo pelo ‘novo’, desse modo, pode ser entendido simplesmente como o velho desejo por nomes e quadros que façam basicamente o que deve ser feito, o que deveria ser feito, desde sempre, por aqueles que atuam na vida pública!
Nessa perspectiva, portanto, nada de ‘novo’ no almejado e propalado ‘novo’.
E entendo mesmo como lamentável produto de distorção da política, quando não um equívoco, o fato de estarmos considerando capacidade de fazer o que deve ser feito como ato ou capacidade de inovação.
Criamos expectativas irreais para adiante constatarmos reais desilusões.
E nesse processo avançamos no progressivo sentimento de descrédito, descrença com relação às possibilidades de avanço através da política.
Nesse sentido o ‘novo’, realisticamente falando, poderia ser traduzido tão somente por ‘o melhor possível’.
Ou, ‘o impossível’.
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