Solenidade de posse foi realizada na tarde desta sexta-feira (18), em modelo híbrido. Mandato à frente da instituição é de dois anos
A promotora de Justiça Elaine Cardoso de Matos Novais Teixeira é a nova procuradora geral de Justiça do Rio Grande do Norte. A solenidade de posse no cargo foi realizada na tarde desta sexta-feira (18), no modelo híbrido. O mandato de Elaine Cardoso como líder do Ministério Público do RN (MPRN) é de dois anos.
Elaine Cardoso é a primeira mulher a liderar o MPRN. Em virtude da
pandemia de Covid-19, a solenidade de posse foi realizada no modelo
híbrido, com a sessão do Colégio de Procuradores de Justiça do MPRN
(CPJ) sendo realizada na plataforma Meet. A cerimônia foi transmitida ao
vivo pelo canal do MPRN no YouTube.
A solenidade contou com a presença de autoridades de todo o Estado,
procuradores gerais de Justiça de outras unidades federativas,
integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público, de membros do
Poder Judiciário e ainda de representantes da classe política.
O ex-procurador geral de Justiça Eudo Rodrigues Leite, que comandou o
MPRN nos últimos 4 anos, agradeceu e falou sobre a gestão à frente da
instituição. “O momento é de despedida. Mas, não daquelas em que há dor
na partida, que decorrem da ruptura de laços, de que resulte a imposição
de distância ou que remetam à perda e à tristeza. Não. Aqui se trata de
despedida feliz, esperançosa, grata. De despedida com a convicção de
dever cumprido, com a certeza de que os laços com a verdade e com a
honra foram mantidos e ainda mais bem apertados; de que o cuidado com as
pessoas, que são o maior patrimônio de uma instituição, foi priorizado;
de que o trabalho em equipe, sem personalizações, foi bem sucedido; de
que lutamos o bom combate e guardamos a fé. É uma despedida, sobretudo,
serena e com a consciência de que o trabalho a que nos propomos foi
realizado, e os resultados almejados e buscados foram, senão totalmente,
mas em grande parte, alcançados.”
A 11ª procuradora de Justiça, Darci Pinheiro, discursou em nome do
Colégio de Procuradores de Justiça do RN. “Estamos esperançosos de uma
profícua administração. Avançando cada vez mais no que há a ser avançado
e aprimorando, no acervo positivo deixado pelo seu antecessor. Que não
temas em tomar qualquer decisão que seja, que tenha o devido lastro
legal, mesmo que passível a críticas, muitas vezes vis e grosseiras. Que
tenhas o Colégio de Procuradores de Justiça, na prática, e como de lei,
como seu coadjuvante, quer como Órgão consultivo, quer como Órgão
opinativo”.
A presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Norte
(Ampern), promotora de Justiça Juliana Limeira Teixeira Xavier, lembrou
da missão que agora compete à Elaine Cardoso. “Sabemos da grandiosa
missão que compete à Procuradoria-Geral de Justiça, no papel de conduzir
a nossa instituição ministerial e, por conseguinte, garantir a
qualidade e eficiência da atuação dos promotores e procuradores de
Justiça, como instituição essencial à função jurisdicional do estado,
defensora da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais. E é a nobreza dessa missão ministerial que fortalece e
impulsiona essa nova equipe que comporá a PGJ. Muitas ideias e desafios
permeiam a mente e o coração de vocês. Que esse entusiasmo seja
perpetuado ao longo dessa jornada que se inicia. Que possam trabalhar
para que a missão institucional seja desempenhada, sem qualquer tipo de
retrocesso”.
Já empossada no cargo, a nova procuradora geral de Justiça, Elaine
Cardoso reforçou a importância do MP. “O Ministério Público tem um papel
fundamental como defensor dos direitos da sociedade, do regime
democrático, dos direitos sociais e individuais indisponíveis, e como
órgão agente no combate ao crime e à corrupção. Se compararmos o
Ministério Público de 20 anos atrás e de hoje, é indubitável o relevo
que a instituição alcançou, a abrangência desse trabalho e a necessidade
de aprimoramento contínuo, mas que não afasta a necessidade de ficarmos
atentos e vigilantes quanto às iniciativas que queiram restringir essa
atuação e que buscaremos incessantemente combater”.
Sobre a forma como pretende comandar o MPRN, Elaine Cardoso destacou
que “a aproximação com a sociedade será reforçada utilizando ferramentas
que o avanço tecnológico disponibiliza, a fim de que seja possível
subsidiar os integrantes do Ministério Público na busca de resultados
socialmente relevantes. Mantendo as bases já lançadas, trabalharemos
para garantir modernização no suporte voltado ao desenvolvimento de
nossas atribuições com foco no alcance de resultados cada vez mais
eficientes e úteis à sociedade, enfatizando também as soluções
autocompositivas. A articulação com os órgãos e instituições será
aberta, equilibrada e firme, e a transparência será uma tônica mantida,
com o objetivo de salvaguardar o interesse público e uma gestão
eficiente”.
Elaine Cardoso já indicou quem será o procurador geral de Justiça
adjunto na gestão dela: o também promotor de Justiça Glaucio Pinto
Garcia, titular da Promotoria de Justiça de Jardim do Seridó e
atualmente coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias
Criminais (Caop-Criminal).
Histórico
Elaine Cardoso foi a única indicada pelos membros do MPRN após obter
177 votos em eleição ocorrida no dia 23 de abril passado. Ela havia sido
a única a se inscrever para eleição. No dia 5 de maio, a governadora
Fátima Bezerra acatou a indicação de procuradores e promotores de
Justiça do RN e nomeou Elaine Cardoso para o cargo.
Elaine Cardoso ingressou no MPRN em 1997. É a titular da 62ª Promotora
de Justiça de Natal, com atribuição em defesa da Saúde, e atualmente
ocupa o cargo de procuradora geral de Justiça adjunta. Ela é graduada e
especialista em Criminologia pela UFRN, mestre em Direito das Relações
Sociais, sub-área Difusos e Coletivos, pela PUC-SP, e já atuou como
professora da Femsp, Esmarn e Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN).
Ela é autora do livro Serviços Públicos e Relação de Consumo, e
co-autora de outras obras jurídicas, a exemplo do Estatuto do Idoso
Comentado e Direitos Fundamentais na Constituição de 1988. Elaine
Cardoso tem em sua história institucional destaque para a atuação na
defesa dos direitos difusos e coletivos, especialmente o direito à
saúde.
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