O PT negocia com o MDB para esvaziar o poder do PP no Legislativo, inviabilizando uma oposição consistente. A estratégia inclui lançar Eunício Oliveira contra Arthur Lira na disputa pela Presidência da Câmara. O assinante de O Antagonista já sabe disso desde a semana passada.
A novidade é que o acordo envolve a ocupação de ministérios e a divisão dos R$ 19 bilhões das emendas de relator.
O parecer que será apresentado pelo senador Marcelo Castro para o orçamento de 2022 prevê repartir ao meio esse valor, sendo 50% para recompor o orçamento de ministérios — inclusive os que serão ocupados pelo MDB.
A outra metade, dependendo do que ocorra com a PEC da Gastança, será destinada a emendas genéricas de comissão, o que o assinante de O Antagonista também já sabe desde o dia 7.
Esse plano B de Lula — articulado entre os piauienses Wellington Dias e Marcelo Castro, rivais de Ciro Nogueira — vinha sendo gestado em paralelo às negociações com Lira, que eram conduzidas por José Guimarães.
Ao deputado cearense agora é atribuída a responsabilidade pelo desgaste na articulação da PEC. Ele é acusado pelos colegas de partido de ir com ‘muita sede ao pote’, de olho nas emendas secretas.
Mas a conversa travou, o Supremo tornou as RP-9 inconstitucionais e Guimarães viu se desfazer no ar o sonho de ocupar a Secretaria de Relações Institucionais ou mesmo a Casa Civil.
A recomposição com o MDB começou ainda na campanha com Simone Tebet, avançou após a eleição com a visita de Lula a José Sarney, a quem se diz devedor do futuro mandato, e agora se consolida com a divisão do poder e do orçamento.
O Antagonista
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