Ao receber o Prêmio Camões de Literatura segunda-feira (24/4), em Portugal, o escritor, cantor e compositor brasileiro Chico Buarque agradeceu ao ex-presidente Jair Bolsonaro por não ter entregado a homenagem a ele em 2019.
“O ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula“, disse Chico em discurso após receber a condecoração.
O cantor foi indicado ao prêmio em 2019, durante o governo de Bolsonaro. Na época, porém, o então presidente brasileiro se recusou a assinar o diploma da premiação.
Em seu discurso, o cantor brincou e disse ter ficado receoso pelo possível esquecimento dos portugueses, que também fazem parte do prêmio.
“Eu já me perguntava se haviam me esquecido. Quatro anos, com uma pandemia no meio, davam impressão de que um tempo bem mais longo havia transcorrido. Quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade. Foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, afirmou.
Chico Buarque chamou a atenção da militância de esquerda ao dizer que “a ameaça fascista persiste” e que não pode haver distração, mesmo com a derrota de Bolsonaro.
Logo no início de sua fala, o artista brasileiro ironizou a repercussão da compra de uma gravata pela primeira-dama Janja a Lula em uma loja de luxo em Lisboa durante a viagem.
“Estou emocionado, porque hoje de manhã ela saiu do hotel, atravessou a rua e foi comprar essa gravata pra mim”, disse Chico rindo, ao se referir a sua esposa, a advogada Carol Proner.
Metrópoles
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