Robinson Faria garante aliança forte com o PT

Vice-governador e pré-candidato ao governo também falou sobre o “acordão” e o perfil do vice na eleição.

Vice-governador e pré-candidato ao governo também falou sobre o “acordão” a e seu vice nas eleições deste ano.
Em entrevista ao jornalista Diógenes Dantas, o vice-governador do Estado, presidente estadual do PSD e pré-candidato ao Governo, Robinson Faria (PSD) falou sobre o “acordão”, a aliança com o PT para as eleições 2014 e sobre o perfil do seu vice, ainda indefinido.

Diógenes Dantas: Robinson, o PSD e o PT tem realizado encontros regionais em vários pontos do Estado e é uma forma também do PSD sintonizar o discurso para a campanha eleitoral. O que você tem a dizer hoje a respeito disso? Já está sacramentando essa aliança?

Robinson Faria: Na verdade esses encontros nós chamamos de encontros programáticos onde a palavra é facultada à população, que lá eles comentam, exteriorizam os seus anseios. Um aprendizado para o PT e para o PSD e ao mesmo tempo nasceram nesses encontros uma maior assimilação por parte da militância não só do nosso partido nosso partido como também do PT em todo o RN. Eu diria que esses encontros tem sido um sucesso, com grande participação popular e com isso confirma a cada dia o fortalecimento dessa parceria que, aliás, o PT já deliberou. O PT tem um cronograma de acordo com o seu estatuto nacional, foi feito uma votação na assembleia legislativa a cerca de um mês atrás e todos os diretórios votaram e já confirmaram o nosso nome, o nome de Robinson Faria como pré-candidato ao Governo do PT.

DD: Aliás essa decisão, se eu não me engano, ocorreu em duas instâncias. Primeiro no diretório municipal e, em seguida, nesse encontro estadual?

RF: Exatamente. Natal foi o primeiro diretório que confirmou a nossa pré-candidatura.

DD: E o que tem prevalecido? Do que é que os políticos do PSD e do PT tem escutado da população e dessas lideranças nesses encontros?

RF: O primeiro é que a população aplaude a nossa forma de caminhar, ou seja, buscando na rua, buscando nas pessoas, buscando nos segmentos, essa formatação de um programa de governo de uma proposta para o nosso Estado. Em segundo lugar eu acho que essa é a maneira mais democrática de você fazer uma caminhada para poder se apresentar posteriormente à sociedade em um debate político. Eu diria que tem sido bastante promissor. Há hoje uma sinergia, há até quem duvide, conteste, mas não passam e conjecturas, mas cada dia está mais forte essa parceria do PSD e do PT.

DD: Até as convenções partidárias em junho, a dúvida persiste na cabeça de algumas pessoas. A quem diga que na hora “H”, Robinson Faria não vai ser candidato ao Governo e nem Fátima ao Senado. O que você tem a dizer?

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: Não sei o motivo de tanta marcação com Robinson Faria. Primeiro disseram que eu não teria coragem de ser pré-candidato ao Governo. Eu tive! Depois disseram que o PT não apoiaria o meu nome e eu acabei de falar que o PT já confirmou.  Depois disseram que eu iria desistir e faria uma composição com o palanque do “acordão” do PMDB. Eu não fiz! Ainda disseram que meu nome não seria competitivo. Todo mundo sabe que hoje o meu nome se tornou competitivo. O que existe na verdade, e a população deve saber, é que o “acordão” que foi feito pelos protagonistas do PMDB, PSB e demais partidos é o maior “acordão” da política da história do nosso Estado. Quando você faculta palavra do interior as pessoas exteriorizam a sua indignação com esse “acordão”

DD: Maior do que o de 78?

RF: Eu acho que maior ainda. São mais partidos e mais contradições também. Querem impor uma eleição em 2014 no Brasil da cidadania, que vive um momento da plenitude democrática, que avançou tanto no seu exercício da democracia, impor ao povo do nosso estado um acordão político para vencer por WO, mas não deu certo. Apareceu uma pessoa da resistência que está aqui agora conversando com você.

DD: Então o senhor pretende encarnar a candidatura antiacordão?

RF: Claro! Não é nem questão de ser do antiacordão, mas dá oportunidade ao Rio Grande do Norte um debate democrático, de uma disputa onde a sociedade possa as propostas de cada grupo. 

DD: Uma curiosidade, Robinson. Nessa fase de pré-campanha você tentou viabilizar a sua campanha também conversando com muitos partidos que fazem parte do “acordão”. Como é para o senhor, com poucos partidos, enfrentar tantos poderosos que fizeram parte do seu palanque no passado?

RF: Entendo que temos que passar por uma transição no costume político do RN. Eu fui eleito vice-governador, apoiei Rosalba para o governo e não escondo isso de ninguém. Doei todo o capital que eu tinha de 28 anos de política. Deputado mais votado várias vezes, apostando em um governo novo, apostando em um governo de modernidade, mas logo descobri que estava boicotado e que não poderia trabalhar e sai. Tive dignidade e coragem. Desci a rampa do Governo e fui para a oposição.

DD: Logo nos primeiros meses...

RF: Nos primeiros meses. Ao contrário desses partidos que hoje estão no “acordão”, que não votaram em Rosalba, perderam a eleição no voto, mas subiram a rampa, usufruíram do governo, participaram do Governo, aderiram à Rosalba e somente agora, no finalzinho, resolveram ser oposição.

DD: É o caso de PMDB?

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RF: Muito embora é oposição sem ser oposição. Se você for analisar ainda tem muitos afilhados políticos do PMBD, do PR, do PROS do governo ocupando cargos importantes e é muito fácil identificar. O secretário Silvio Torquato, de Insdustria e Comércio é do PMDB. O diretor da Emater de Nova Cruz. Prefeito Flávio é do PMDB, cuja esposa trabalha no gabinete de Henrique. O diretor do Idema é do PROS. Esses partidos hoje posam para oposição para população como se fosse oposição, mas continuam governando. Eu tenho o meu estilo de caminhar. A minha forma de fazer a minha sobrevivência política. Não herdei sobrenome famoso, não foi um candidato apadrinhado pelos grandes caciques do Estado. Eu fui buscar na rua. Enquanto eles estavam debatendo a aliança deles eu estava visitando as feiras de Parelhas às 4h da manhã... Macaíba, Caicó... Visitando hospitais.

DD: Por conta desta postura o senhor se sente mais legitimado de pleitear essa condição de pré-candidato ao Governo?

RF: Com toda honestidade me sinto legitimado, já que eu tive a disposição nesses oito anos de caminhada, de estar perto do povo. 

DD: Nas redes sociais a turma está perguntado quem será o seu vice.

RF: Não tivemos tempo. A convenção pode ser até 30 de junho. Daqui para lá vamos discutir a condição do nosso vice. Quem for comodista e conservador vai para o acordão. Mas quem for idealista, coragem, que tenha a essência da resistência irá compor conosco.

DD: Dá para adiantar será um político do PSD, do PT ou de partidos que estão se agregando?

RF: Espero que tenhamos oportunidade de agregar partidos que tenham esse perfil que nós temos. 

DD: Na semana passada, em um telefonema com o deputado Henrique Alves, ele chegou a desdenhar os partidos que restam. Como o senhor recebeu essa declaração?

RF: Eu acho que ele foi infeliz, foi preconceituoso e bastante incoerente. Como ele critica eu ter o apoio do PT no RN, enquanto a nível nacional o seu partido é o que mais tem cargos indicados pelo governo do PT. É uma grande contradição. Acho que o deputado Henrique apesar de tanto poder, de tantos partidos, tantos apoiadores, 21 deputados estaduais, seis federais, sete ex-governadores, o prefeito da capital, três senadores, cento e tantos prefeitos, não era para estar nervoso. 

DD: Foi assim que o senhor entendeu?

RF: É... Mas o pior de tudo é a incoerência. 

DD: No início da entrevista o senhor falou sobre o apoio do PT. O PSD também está fechando no apoio a Fátima Bezerra para o Senado. Gostaria também de um comentário sobre as acomodações na chapa proporcional.

RF: Da mesma forma que o PT homologou o nosso nome como pré-candidato ao governo, o PSD também homologou o nome de Fátima Bezerra (PT) atual deputada federal para o Senado. Então, está tudo caminhando muito bem. 

DD: O problema era mais a chapa proporcional. Isso já foi superado?

RF: Totalmente superado. O PT nunca nos enganou. O PT nunca colocou que ia se coligar na chapa proporcional para deputado estadual até porque é uma tradição deles. É lógico que tentamos dialogar.

Fonte: Nominuto
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