Imagem encontrada no Rio Paraíba em 1717 é símbolo de devoção.
Lista traz parte da história da Santa que conquistou o Brasil.
- 1- Dia da Padroeira
- Só em 1953 é que 12 de outubro passou ser oficialmente o Dia da Padroeira. Antes, segundo o Padre Victor Hugo Lapenta, da Comissão de Bens Culturais e Histórico da Arquidiocese deAparecida, a data já havia sido celebrada no dia 8 de dezembro- dia da Imaculada Conceição do mundo. A data também foi comemorada no primeiro domingo de maio, no mês de Maria; além de 8 de setembro, mês de nascimento Dela. A transferência foi para aproximar a celebração da data do encontro da imagem.
2- Nicho
A imagem considerada milagrosa está abrigada em um nicho a 4 metros do chão, em um retábulo de 40 centímetros de largura e blindado no Santuário Nacional. O nicho é revestido por pastilhas brancas e douradas que reproduzem as imagens de três arcanjos - Miguel, Gabriel e Rafael. O local representa a passagem bíblica da "Escada de Jacó" (Gn 28:12) - "E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por Ela", diz o versículo.
3- Visitas ilustres
Segundo o Centro de Documentação e Memória (CDM) do Santuário Nacional, entre as visitas ilustres a Aparecida, terra da Padroeira do Brasil, estão a do imperador Dom Pedro 1º e da princesa Isabel, que doou a coroa de ouro à Santa após alcançar uma graça. Além disso, a imagem também já recebeu os Papas João Paulo II, em 1980; Bento XVI, em 2007 e Francisco, em 2013. O presidente Getúlio Vargas também esteve em Aparecida para visitar a imagem, segundo o padre Victor Hugo Lapenta.
4- Templos
A imagem foi encontrada no rio em 1717 e peregrinou nas casas dos pescadores que a encontraram até 1932. O primeiro oratório público foi construído em 1732. A tradição conta que um dos milagres, o das velas que acenderam sozinhas para iluminar a imagem, aconteceu neste local. A primeira igreja reconhecida canonicamente dedicada à Nossa Senhora Aparecida foi erguida em 1745. Após reformas no local, em 1888 foi inaugurada a Matriz Basílica (Basílica Velha) e, na década de 50, o Santuário Nacional.
5- Milagres
Dentre os inúmeros milagres atribuídos à Santa, dois têm seus registros físicos - uma corrente e uma pedra, ambas estão em um museu. A corrente teria pertencido a um escravo e se soltou quando ele se aproximou da imagem e a pedra, que tem a marca da ferradura do cavalo, que ficou presa no local assim que seu cavaleiro decidiu entrar na igreja para zombar da fé dos fiéis. "São marcos de milagres reconhecidos pelo Vaticano”, disse César Maia, curador do museu em Aparecida.
6- Manto
Antes de ser proclamada Padroeira do Brasil, a imagem da Santa foi coroada em em setembro de 1904 e junto com a coroa, ganhou o manto azul azul. No entanto, segundo o Santuário Nacional, estudos históricos mostram que antes do manto tradicional, a imagem usava mantos vermelhos e brancos - em referência à Imaculada Conceição. A imagem tem o forro da vestimenta trocado uma vez por mês e pedaços dele são entregues aos fiéis que colaboram com as obras da Igreja.
7- Imagem quebrada
A imagem da Santa já foi quebrada em mais de 200 pedaços. Em maio de 1978, um jovem transtornado conseguiu retirar a santa do nicho, na Matriz Basílica e atirá-la contra o chão. O restauro foi feito pela artista plástica Maria Helena Chartuni, hoje com 71 anos, e levou 33 dias. As partes foram coladas. A história é contada no livro do jornalista Rodrigo Alvarez, “Aparecida:a biografia da santa que perdeu a cabeça, ficou negra, foi roubada, cobiçada pelos políticos e conquistou o Brasil”.
8- Escondida
Durante a Revolução de 1932, a imagem da Padroeira foi levada por alguns meses para São Paulo para ser guardada. Não há registros sobre o 'esconderijo' de Nossa Senhora, mas ela foi levada para capital de carro porque a Igreja temia por sua integridade. O Vale do Paraíba, onde a imagem ficava guardada, na Matriz Basílica, era uma das áreas de combate das tropas. Haviam soldados acampados, inclusive, em Aparecida na época.
9- Cor
Não há registros sobre a origem e sobre exatamente quanto tempo a imagem ficou nas águas no Rio Paraíba. Também não se sabe com exatidão qual era a cor da estátua antes dela ser lançada na água. Entre as hipóteses para a cor negra, estão desde o tempo que ela ficou na água até o fato dos fiéis acenderem velas e lamparinas aos pés da santinha na casa dos pescadores e, com isso, terem coloborado para o escurecimento da imagem, que é feita de barro e argila.
10 - Padre 'guardião'
Restaurada após o incidente de 1978, a cor da imagem gerou um impasse entre a restauradora e o reitor do Santuário na época, padre Izidro. Ele queria um tom mais claro, segundo ele, a cor original. Ele era como um ‘guardião’ da imagem e depois que Ela voltou à Aparecida, ele a retirava do nicho e levava para o convento onde morava. Ele teria removido com as unhas, um 'pontinho' próximo aos olhos Dela. "Voltou do restauro com um ponto quase imperceptível. Mas ele tinha um olho clínico, viu e tirou", disse padre Victor Hugo.
11- Viagens de Kombi
O Santuário Nacional começou a ser construído em1952, com a terraplanagem. O primeiro atendimento aos romeiros no local aconteceu no dia 21 de junho de 1959. A partir deste dia a imagem vinha todos os finais de semana, de Kombi, para o local para ser venerada pelos devotos - isso aconteceu porque a Matriz-Basílica não comportava mais o número de romeiros que iam à cidade. Só em outubro de 1982, a imagem foi levada, em definitivo, para o Santuário Nacional.
12- Peregrinação
Se no ano passado cerca de 12 milhões de peregrinos foram à Aparecida ver a imagem, no passado, foi Ela que peregrinou ao encontro dos fiéis. A pedido do governo militar, em 64, a imagem original visitou as grandes capitais do país. Ela viajava em avião do governo. "O governo queria que o povo continuasse a venerá-la e também evitar que as pessoas se tornassem comunistas - era essa a mensagem", disse o padre Victor. Enquanto 'viajava' uma réplica da imagem ficou em Aparecida.
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