Padre de Caicó diz que Governo do RN se mostra indiferente aos estudantes da Uern

O segmento religioso do Estado tem se manifestado contrário à forma como o Executivo se comporta diante dessa paralisação que já dura mais de quatro meses.
Padre Jerônimo disse que a situação dos alunos é desoladora – Foto Cedida
Padre Jerônimo disse que a situação dos alunos é desoladora – Foto Cedida
Consciente do prejuízo acarretado pela greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o segmento religioso tem se manifestado contrário à forma como o Executivo se comporta diante dessa paralisação que já dura mais de quatro meses. A exemplo do que fez padre Charles Lamartine, no domingo passado, 27, em Mossoró, dessa vez quem decidiu se pronunciar contra a conduta do Governo foi o padre Jerônimo Batista, administrador paroquial de São José do Seridó, Diocese de Caicó. No dia 28 de setembro, em uma rede social, Batista afirmou que Robinson Faria se mostra indiferente à universidade, professores e alunos, em meio a esse impasse que envolve a instituição.
Padre Jerônimo disse que decidiu se manifestar por conhecer os prejuízos que uma greve causa aos estudantes. “Diante da irresoluta situação da greve vivida pela Uern, que já se somam mais de 100 dias, apenas compartilhei uma publicação em uma das redes sociais sem imaginar que teria toda esta repercussão. Agi de tal maneira pelo fato de conhecer a experiência dos discentes frente a uma paralisação universitária, pois na condição de ex-aluno da Uern sei muito bem o quanto são prejudiciais as frequentes greves por que passa a referida instituição, e neste caso, com a agravante de não se ter nenhuma perspectiva de resolução. O que vemos é cada dia mais uma total frieza e indiferença da parte do governo do Estado frente a essa situação triste e vergonhosa” declarou.
Jerônimo salientou que o posicionamento dele não possui nenhuma conotação ou interesse político. “Minha posição em primeiro ou único lugar é em defesa da Uern, seus professores e, sobretudo, dos seus alunos, os primeiros prejudicados com toda essa situação. Independentemente de quem estivesse ocupando o posto de chefe do Poder Executivo, a crítica e cobrança seriam as mesmas, porque sou um cidadão e, no exercício dos meus direitos, as posso fazer”, destacou.
Questionado se acredita que o Estado dá o devido valor à universidade e se defende que os governantes deem mais atenção à instituição, o padre foi categórico. “Acredito que não preciso falar muito para responder a essa pergunta, sua forma de proceder assim como suas ações demonstram. E creio que qualquer pessoa de bom senso se posicionaria na defesa de que os governantes deem mais atenção à instituição pertencente ao próprio Estado do Rio Grande do Norte”.
Sobre a situação dos estudantes da Uern, Batista afirmou que a situação é desoladora.  “Estão vivendo um período de apreensão e tensão constantes, quase certos de já perderem o semestre, terem que recomeçar o semestre letivo e o pior sem saberem quando. O clima dos alunos é de aflição, desejosos de continuarem seu processo acadêmico, mas vendo e sentindo sua esperança frustrada, causada pela irresponsabilidade e descaso dos gestores estaduais”, frisou.
Para Jerônimo, os governantes precisam dar prioridade à educação, uma vez que o progresso da população estaria condicionado a investimentos nessa área. “Alguém que não acredita na educação e não a prioriza demonstra querer subservientes, e não construtores. Um governo que não se importa com a educação não é responsável ou comprometido com o progresso e desenvolvimento do seu povo, muito menos do seu Estado. A Uern, por ser genuinamente nossa, deve ser olhada com mais atenção e prioridade, pois seu compromisso é o de formar os pensadores, intelectuais, críticos e construtores no hoje, de hoje e para o amanhã”, acrescentou.
O administrador paroquial declarou ainda que alguns fatores são fundamentais para solucionar o impasse. “O suficiente é abertura, responsabilidade e compromisso. Abertura às propostas e reivindicações da instituição e senso de responsabilidade e compromisso com a educação do nosso Estado para vermos concretizado o tão sonhado progresso que queremos, principalmente, o humano, mas que infelizmente a greve tem impossibilitado que este aconteça. O progresso, o desenvolvimento que almejamos não acontecerá enquanto a educação não for prioridade. As atitudes responsáveis pelo perdurar da greve da Uern revelam o descaso com o avanço e o desenvolvimento estadual”, completou
Fonte: Gazeta do Oeste
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