A audiência entre Governo do Estado, ADUERN, SINTAUERN e Reitoria trouxe à tona uma realidade que muitos já imaginavam: a via do diálogo e a tentativa de encontrar saídas conjuntas para a crise não será fácil.
Representantes do Governo foram taxativos em afirmar que não há previsão para que os salários comecem a ser pagos em dia e que a reposição salarial de 7,64%, prometida pelo Governador Robinson Faria, ainda em janeiro, não tem respaldo técnico e financeiro.
“Estamos vivendo uma crise e sendo muito sincera com todos vocês, não sabemos quando poderemos colocar os salários em dia. Sobre os 7,64%, posso dizer que o Governador conversou com vocês no contexto em que estava inserido. Naquele momento ele não tinha o subsídio técnico, nem o a posição dos secretários que tratam destas demandas” afirmou a Chefa de Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha.
O secretário de Planejamento, Orçamento e Finanças, Gustavo Nogueira, foi ainda mais enfático, deixando claro que para o Governo a crise tem de ser paga pelos trabalhadores e trabalhadoras. “O Estado não tem onde cortar. Somente em pessoal. E eu já disse, em pessoal não vou mexer. Não me peçam pra dizer que tem uma saída para essa crise, por que não tem! Eu, enquanto secretário, não tenho o que fazer. O Estado do RN está literalmente no fundo, no que se refere às suas receitas”, afirmou Gustavo.
A presidenta eleita da ADUERN, Rivânia Moura, destacou a total falta de compromisso do Governador Robinson Faria, ao afirmar que garantiria a reposição salarial de 7,64%, o que, segundo seus assessores, não acontecerá. Ela também destacou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) continua sendo uma arma para massacrar os trabalhadores.
“ A LRF é uma lei que só prejudicou todo o desenvolvimento no que se refere ao funcionário público, uma vez que é uma lei que só tem como limite é com relação aos trabalhadores. É uma lei que inclusive não limita financeiramente encargos, dívidas que o Estado tem com os empresários. O orçamento da UERN é votado sem levar em consideração a LRF? Pois nosso orçamento garante que temos como receber a reposição salarial. Porque na hora da execução do orçamento a LRF barra ?” destacou Rivânia.
Também participaram do espaço, o Deputado Federal Betinho Rosado (PP), a Deputada Estadual Larissa Rosado (PSB) e o Vereador em Mossoró Francisco Carlos (PV), que declararam apoio e solidariedade à UERN e se mostraram dispostos a ajudar na busca de soluções para a crise.
A deputada Larissa Rosado fez importante defesa da universidade e cobrou responsabilidade do Governo: “Estamos sentados com um governo que está dizendo ‘não tenho prazos, não tenho como fazer’. E enquanto isso os servidores estão sendo massacrados. Temos que estar abertos a dialogar”, comentou.
O docente Bertulino Souza, que representou os professores de Pau dos Ferros na reunião, fez uma emocionante fala, lembrando que a greve é a última alternativa que a categoria quer, mas o imobilismo do Governo tem tornado a situação insustentável.
“Muitos dos meus colegas teriam dificuldade de narrar o que estão vivendo com os atrasos salariais. Estamos sendo obrigados a utilizar a greve por conta das condições que estamos vivendo nestes 19 meses. Se existem implicações econômicas, qual a explicação de recebermos uma parcela do salário na sexta e a outra no sábado de manhã?” lembrou.
A Diretoria da ADUERN entende que não houve avanço, pois a posição do Governo é a mesma que teve durante a última greve, em 2015, quando alegava não ter condições de conceder o reajuste e de cumprir o compromisso assumido pelo Governo do Estado.“Em relação ao pagamento dos salários em dia é frustrante ouvir de um secretário que o Estado está impossibilitado de cumprir com suas obrigações por ter chegado ao fundo poço. Enquanto a receita cresce, segundo informações do fisco, e os compromissos com o setor empresarial são mantidos, jogando sob as costas do servidor público uma crise que não foi criada pelos trabalhadores” afirmou Presidente da ADUERN, Lemuel Rodrigues.
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