O tema da redação do ENEM 2017 foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
Opinião do blog – Como disse a secretária de educação do Rio Grande do Norte, professora, Claudia Santa Rosa, o tema da redação do ENEM 2017 é um assunto para profissionais, muito específico, fora do debate nacional e não para jovens estudantes.
Já se multiplicam críticas na Internet, acerca dos aspectos específico e subjetivo da proposta para a dissertação.
Historicamente, o ENEM priorizou abordagem de assuntos sociais.
Nos anos passados, já foram temas da redação do Enem a intolerância
religiosa, a violência contra a mulher, a publicidade infantil, a lei
seca e o movimento imigratório.
Percebe-se que a temática citada enseja análises e comentários atualizados e ao alcance do jovem estudante.
O tema deste ano, ao contrário, restringe aos “surdos no Brasil” os
critérios e formas de inserção educacional, tornando-se casuístico, na
medida em que envolve professores e demais estudantes, os quais não
dominando Libras, dificulta a aprendizagem e a socialização dos alunos
especiais.
Essa realidade poderá igualmente incluir a questão do “bulling”, pois
com dificuldade de comunicação, o aluno surdo se torna vítima de
desprezo e rejeição.
Na verdade, o horizonte da abordagem do tema é muito amplo e técnico.
O edital exige texto dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas e desenvolvido a partir da situação-problema.
O MEC determina que a redação seja opinativa e organizada para a
defesa de um ponto de vista, já que a opinião do autor deve estar
fundamentada com explicações e argumento.
É aí que se acentua a absoluta infelicidade na proposição desse tema do ENEM 2017.
Como exigir de jovens “explicações e argumentos” sobre o desafio da educação de surdos no país?
Verdadeiro absurdo!
Só resta aguardar quais serão os critérios de avaliação final para atribuição da nota.
Enquanto isso, os estudantes e familiares sofrerão a angústia da
espera do resultado, levando consigo a irresignação pela escolha desse
tema, que embora importante, não se justifica ser exigido na redação de
um exame como o ENEM 2017.
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