Eita que a guerra começou em Pau dos Ferros.
Já está decretada a disputa entre o atual prefeito Fabrício Torquato (DEM) e seu ex-aliado e ex-prefeito Leonardo Rêgo (DEM), de quem Fabrício foi vice.
Pois bem…
Desde que assumiu, como foi apoiado pelo prefeito de quem era vice, Fabrício tocou a administração sem olhar para o retrovisor.
Mas aí…veio a eleição estadual onde, no primeiro turno, Fabrício e ‘Léo’ estiveram no mesmo palanque, o do candidato Henrique Alves (PMDB), e no segundo, com direito a rompimento via este Blog, Fabrício foi para o palanque do governador eleito Robinson Faria (PSD).
Agora, os dois ex-aliados vão bater chapa em 2016, e Fabrício decidiu botar o olho no retrovisor e mostrar o que ‘de ruim’ encontrou quando assumiu a Prefeitura.
A ‘herança’ foi apresentada pelo prefeito de Pau dos Ferros na entrevista que concedeu ontem à FM Vida.
“Precisamos apresentar à população a realidade de alguns fatos no que diz respeito às obras traumáticas que herdamos. O abatedouro publico inacabado que está aí não apresenta mais viabilidade de conclusão, virou em elefante branco. Nem naquele local poderia mais, pois virou área urbana. Já garantimos recursos da ordem de 400 mil para a construção de um novo abatedouro e estamos procurando um melhor local para a construção. Ainda assim, precisaremos entrar com uma contrapartida no valor de 200 mil reais por parte da Prefeitura”, revelou o ex-vice de Leonardo Rêgo.
“Preocupa-me muito começar e não concluir uma obra. Não somente por questões de término de mandato, mas por inviabilidade logística e financeira devido à forma como essas obras foram tratadas desde o processo de planejamento e licitação. Temos o compromisso de tentar não torná-las ‘elefantes brancos’. Irei a Brasília lutar pelas suas finalizações e, se for necessário e possível, utilizaremos recursos próprios em alguns dos casos para resolver essas pendências”, disse Fabrício, enumerando as obras que ficaram pendentes da gestão passada como o abatedouro, a creche do bairro Manoel Deodato, a Praça Ezequiel Fernandes, no bairro São Benedito, e o ginásio poliesportivo do bairro Nações Unidas.
O atual prefeito ainda revelou que a gestão passada, da qual ele foi vice, lhe deixou como herança uma dívida referente a pagamento de precatórios que tiram dos cofres da Prefeitura de Pau dos Ferros, mais de 200 mil reais por mês.
“Assim que assumi o posto de prefeito, herdei uma dívida de R$ 9.788.962,67 referentes a precatórios que já tinham sido finalizados entre os anos de 2005 e 2012. Eu precisava pensar na governabilidade da minha gestão e na dos meus sucessores, porque senão aquele montante se tornaria uma ‘bola de neve’. Por isso, financiamos todo o valor em parcelas mensais de 125 mil durante 8 anos e 4 meses. Para completar, em agosto de 2013 chegou uma dívida de 1 milhão do Tribunal de Justiça, que precisamos parcelar em 12 vezes de 94 mil reais. Resumindo: são quase 220 mil reais mensais, de recursos próprios, destinados a pagar pendências passadas. Além disso, o débito com a Cosern, em janeiro de 2013 era de quase 1,1 milhão. Com a Caern, temos dívidas de mais de 300 mil reais”.
Disposto a abrir o bocão, o ex-vice de Leonardo afirmou que ele passou dois anos sem pagar a Previdência. Mais dívida para sua gestão.
“Essa é outra grande demanda que estamos lutando na justiça. Negociamos e parcelamos mais de 6 milhões de reais devidos à previdência, dentro da MP 589/2012, que favoreceu os municípios, dando melhores condições de parcelamento. Fora estes, a gestão anterior passou quase dois anos sem pagar as obrigações previdenciárias, uma decisão feita em acordo com o Escritório Bernardo Vidal no que se refere à compensações previdenciárias. Já perdemos a causa nas duas primeiras instâncias e estamos aguardando o resultado do processo, mas o fato é que essa dívida, que começou com um valor de mais de 5 milhões, já soma mais de 18 milhões. Estamos nos esforçando ao máximo, de acordo com nossas possibilidades, para que tudo termine bem. Da nossa parte, desde o início da atual gestão, pagamos tudo regularmente”, afirmou.
Durante a entrevista, Fabrício Torquato, que deverá deixar o DEM quando o partido entrar em processo de fusão com outra legenda, ‘evitou’ falar em eleições de 2016.
Mas…e precisava?
Fonte: Thaisa Galvão