Professores e alunos querem melhorias na UERN no próximo governo


Outra solicitação dos gestores ao futuro governador é que a zona Norte de Natal tenha seu próprio campus univesitário


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Atravessando uma crise financeira permanente há vários anos, que ficou ainda pior nos últimos quatro anos, a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) tem a expectativa de ver sua situação melhorar a partir do próximo ano, com a nova gestão potiguar. Em Natal, estudantes e professores aguardam há oito anos a construção e entrega de um prédio próprio da instituição, que começou a ser erguido em 2006 na Avenida João Medeiros Filho, mas teve as obras paralisadas em 2010, por falta de uma licença ambiental e de adequações ao projeto original da estrutura.
Segundo a diretora do campus Natal, Ana Dantas, a conclusão das obras na zona norte, que foram retomadas há poucos dias e possui previsão de entrega para meados de 2016, é muito aguardada por todos, já que eles estão ocupando um prédio alugado há oito anos. O imóvel, onde eles deveriam ter ficado de forma provisória por, no máximo, dois anos, está totalmente deteriorado e sem manutenção, oferecendo riscos às pessoas que freqüentam o ambiente.
Ela afirmou que a expectativa é que os quatro cursos que funcionam atualmente em Natal sejam transferidos para o Complexo Cultural da Zona Norte, onde já funcionam alguns serviços da própria instituição, em janeiro próximo. O local, situado ao lado da futura sede da UERN na Capital, passou por adaptações para receber os cerca de mil alunos e professores, enquanto as obras não são concluídas.
“A nossa situação no prédio da Ayrton Senna é muito difícil, ele não nos comporta mais e está totalmente deteriorado, sem nenhum tipo de manutenção durante todo esse tempo que estamos aqui. A nossa esperança é que em 2015, com a entrada da nova gestão estadual, a UERN receba a atenção e os cuidados que merece, para que possamos oferecer um serviço de qualidade para a população natalense, sobretudo a da zona Norte, que tanto necessita de um campus universitário”, afirmou.
Ana disse ainda que nos últimos anos, principalmente no governo Rosalba Ciarlini, a UERN foi bastante sacrificada financeiramente, sem investimentos e recursos para melhorias e que a expectativa é de melhorias significativas com o início da gestão Robinson Faria. “Temos profissionais ultracapacitados, a maioria dos professores com doutorado, com vontade de trabalhar e oferecer uma educação de qualidade para os estudantes potiguares”, afirmou.
Professores e alunos falam sobre perspectivas
Para quem trabalha ou estuda no campus da UERN em Natal, a esperança maior é que o próximo ano seja de atenção e investimentos na instituição e a tão sonhada autonomia financeira, que acabaria com o sofrimento do constante contingenciamento vivido pela instituição. Para a professora Camila Araújo, a situação é agravada ainda pelo desinteresse do executivo em investir na universidade estadual.
“Temos expectativas em vários âmbitos. Que conclua a construção da sede na Capital, para que tenhamos uma estrutura compatível e digna para a universidade e que declare a autonomia financeira dela, porque vivemos muitos problemas por falta de recursos e contingenciamentos, que nos causa muitos problemas. Com atenção, cuidados e autonomia, a UERN poderá crescer como deve e precisa”, afirmou.
Para a professora Andrea Jane, esses itens são essenciais para que a UERN possa cumprir o seu papel social. “Temos uma relevância grande para a educação no Rio Grande do Norte, mas da forma que estamos vivendo, não podemos fazer muita coisa. Esperamos que o futuro governador tenha essa sensibilidade e olhe para nós, coisa que nunca foi feito antes”, desabafou.
As estudantes Rayssa Mesquita e Tamires Farias também sonham com dias melhores para a UERN, que, por falta de investimentos, é desconhecida na Capital. “A questão da infraestrutura é grave, porque estudamos sem laboratórios, por exemplo, que prejudicam o processo de aprendizagem”, afirmou Tamires. Para Rayssa, ainda é difícil ter expectativas, diante de tudo o que a universidade atravessou nos últimos anos. “Tenho mais desejos que esperança”, desabafou.
Obras foram paralisadas por falta de recursos
As obras de construção do campus Natal da UERN foram iniciadas em 2006, durante a gestão da então governadora Wilma de Faria, mas foram paralisadas em 2010 por falta de recursos, quando a empresa responsável pelo serviço rescindiu contrato com o Governo do Estado por causa dos constantes atrasos para a liberação da verba. Nos últimos quatro anos, a governadora Rosalba Ciarlini anunciou inúmeras vezes que as obras seriam retomadas, sem que isso acontecesse.
De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN), que é interveniente no processo e responsável por fiscalizar as obras, os recursos para a obra são de responsabilidade da UERN. Em 2010 foi feito um estudo para saber quanto seria necessário para retomar os trabalhos, e o valor ficou em R$ 6 milhões. O contrato inicial para a construção do prédio foi firmado no valor de R$ 8 milhões, e após a paralisação da obra, o saldo contratual é de R$ 3,5 milhões.
Fonte: O Jornal de Hoje
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