Por César Santos
A sucessão municipal de Mossoró só será deflagrada quando a ex-governadora Rosalba Ciarlini definir a sua situação jurídico-eleitoral-partidária. Logo, ela se apresenta como personagem principal da corrida à Prefeitura do segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte.
Fato curioso:
Pela primeira vez na história da política da cidade, um mandatário do Palácio da Resistência não é o protagonista da sua própria sucessão.
E por que não é?
Pela fragilidade da gestão administrativa que coloca o prefeito Silveira Júnior (PSD) fora do embate eleitoral. Inclusive, nenhum grupo político manifesta o desejo de ter a sua companhia.
O fato é que todos estão aguardando por Rosalba, sugerindo a seguinte questão: se Rosalba puder ser candidata, os grupos se retraem em seus projetos; se ela permanecer impedida de ser candidata, os grupos avançam seus projetos.
Essa leitura é justificada nas pesquisas publicadas até aqui, que apontam a ex-governadora como favorita absoluta a vencer as eleições.
E mais:
O candidato que tiver o seu apoio, caso ela não seja candidata, vai para o pleito também como favorito.
Esse quadro faz que os grupos permaneçam recuados, em silêncio, evitando deflagrar o processo sucessório.
Ademais, existe outro ingrediente para justificar a palidez dos personagens da política local: a crise financeira não permite a antecipação do debate eleitoral, principalmente porque esses grupos saíram com as suas estruturas avariadas das eleições de 2014.
Portanto, vai ficar todo mundo aguardando o desenrolar da novela jurídico-eleitoral de Rosalba, que luta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para recuperar os direitos políticos.
O processo está pronto para julgamento, podendo entrar na pauta a qualquer momento.
Não se pode desprezar, porém, que existe outra situação capaz de alterar completamente o quadro político-eleitoral de Mossoró.
A prefeita cassada e afastada Cláudia Regina (DEM) ainda não teve nenhuma condenação transitada em julgado; logo, a possibilidade de ela voltar ao poder não está 100% descartada.
Existe uma pequena ou diminuta chance. Os seus processos estão todos prontos para julgamento no TSE, faltando apenas entrar na pauta.
Na hipótese de acontecer a “zebra”, Cláudia retornaria para cumprir o restante do seu mandato e ser candidata à reeleição com todos os ingredientes de favoritismo ao seu favor. Portanto, impossível fazer qualquer prognóstico sobre a sucessão mossoroense neste momento.
O bom senso diz que é melhor esperar o que o TSE tem a dizer sobre Mossoró.