Anúncio pelo governo Fátima do calendário de quitação das folhas em aberto deixa oposição sem discurso objetivo para 2022

Por Daniel Menezes*

Conforme é possível ver na postagem do secretário de planejamento abaixo, Aldemir Freire, o governo do Estado anunciou a quitação das folhas dos servidores herdadas da administração anterior. Já foram duas efetivamente pagas e as outras duas anunciadas. Com isso, a oposição ficará sem discurso objetivo para 2022.

O governo Fátima Bezerra terá na sua vitrine para apresentar no próximo pleito, o fato de ter recuperado a normalidade administrativa e financeira do Estado do RN, através de reformas no âmbito da previdência, implementação de teto de gastos e outras mudanças, tais como, por exemplo, o Proedi, novo programa de incentivo às indústrias do RN. Quem apostou que a coisa iria degringolar de vez perdeu.

E não adiantará dizer que a organização se deu pelo envio de recursos federais. Durante a campanha, Fátima dirá mais uma vez aquilo que é a verdade do cenário – o congresso aprovou durante a pandemia a reposição de perdas de arrecadação, ou seja, não há recurso extra. Há, isto sim, a manutenção da mesma arrecadação que governos anteriores tiveram. E, com os mesmos recursos, as folhas foram organizadas, fornecedores voltaram a receber e serviços públicos passaram pelos processos de normalização.

Sim, também o RN recebeu recursos diretos para o enfrentamento da covid-19. Porém, se você vive nessa realidade, sabe que eles não foram suficientes para a abertura de hospitais, sendo necessários recursos próprios do governo estadual.

E por qual razão falo numa análise “objetiva”? Pelo fato de que uma parcela do eleitorado simplesmente, ao menos até 2022, não vai se guiar pela realidade concreta. Para cerca de 1/5 do eleitorado, não importa o que o governo faça, eles não votarão no PT. E é um voto que Fátima já não teria. Eles tentarão alegar que tudo que aconteceu até agora de positivo na perspectiva de reorganização estadual da máquina pública ocorreu pela responsabilidade de Jair Bolsonaro. Ora, não faz sentido pelo caminhar dos acontecimentos e nem do ponto de vista político, pois o mesmo presidente que abre uma crise política e econômica ímpar no Brasil, é apontado como o benemérito potiguar. Só que, como já foi deixado claro, cobrar lógica dessa parcela é inócuo.

Diante de sua base e de eleitores médios, aqueles sem militância direta concreta e que premia bons governos com a reeleição e os ruins com derrota, o governo ficará bem na fita. E será com eles que Fátima dialogará, através de uma comparação entre sua gestão e as anteriores que deixará a oposição em situação difícil para 2022.

Os demais candidatos não terão o que alegar, sendo mais provável que se coloquem como independentes em relação a qualquer aproximação com grupos políticos locais. Ainda assim, pela parte da nacionalização da campanha, esses grupos de oposição terão de caminhar colados em Jair Bolsonaro, o que os aproximará também da vinculação com gestões anteriores em alguma medida.

A perspectiva, este blogueiro acredita, será de manutenção do mandato da governadora Fátima Bezerra, pois o raciocínio retrospectivo-comparativo será preponderante em âmbito local.

Fonte: Blog do Barreto


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