Morre o ex-governador Geraldo Melo: o melhor discurso do Rio Grande do Norte se cala aos 86 anos. 'O político dos ventos fortes'


VICE-GOVERNADOR DE LAVOISIER MAIA SOBRINHO
GERALDO E ACM

Morreu na madrugada deste domingo em Natal, o ex-governador e ex-senador do Rio Grande do Norte, Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo.  

Aos 86 anos enfrentava um câncer e se submeteu a alguns procedimentos para retirada de tumores na cabeça.

Há poucos dias esteve internado em estado de gravidade no Hospital São Lucas.

Já havia perdido a visão e a voz.

Se calou o maior orador da história política do Rio Grande do Norte, que fez história fazendo do limão uma limonada.

Foi na campanha de 1986, quando disputou o governo do Estado que foi chamado, por causa de sua baixa estatura, de ‘tamborete de forró’, e ele fez do tamborete a marca de sua campanha. Em cada palanque falava sempre em cima de um tamborete.

Antes de ser governador foi vice do então governador Lavoisier Maia.

Foi senador da República e eleito vice-presidente do Senado, compondo chapa com o baiano Antônio Carlos Magalhães. A dupla chegou a ser reconduzida para um segundo biênio.

Geraldo foi um piloto de sua própria história.

Tinha um avião onde o ‘motorista era ele’.

Viveu toda sua história política no casarão que virou símbolo em Natal, de frente para o antigo estádio Castelão, que virou Machadão até ser derrubado para se transformar na Arena das Dunas.

Recebeu em casa as maiores autoridades políticas nacionais que estiveram em Natal.

Sofreu um golpe quando tentou voltar ao Senado, mas não recebeu o apoio do MDB, à época comandado pelo então deputado Henrique Alves, aque preferiu apoiar Rosalba Ciarlini.

Presidiu o PSDB até perder a legenda para o hoje ministro Rogério Marinho.

Em 2018 ainda tentou disputar o Senado, compondo uma chapa majoritária encabeçada pelo então governador que não se reelegeu. Ambos foram derrotados.

O Rio Grande do Norte perde parte de sua inteligência.

Já em estado grave de saúde, Geraldo foi escolhido imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Não teve como tomar posse e foi substituído por Renata, única filha mulher, com quem morou até os dias finais.

Deixa viúva Edinólia Melo, que fez prefeita de Ceará-Mirim.

Ficam os filhos Pedro, Geraldo (atual presidente nacional do Incra), Jerônimo, Gustavo e Renata.

Ficam os amigos. Muitos amigos.

Fica a história.

Parte dela impressa no livro que escreveu.

Fonte: Blog Thaisa Galvão





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