DO SENADOR MARCELO CASTRO, MDB/PIAUÍ - "Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade"

 "Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade"

Diego Amorim, colunista do Antagonista

DO SENADOR MARCELO CASTRO, MDB/PIAUÍ - "Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade"

Senador Marcelo Castro resiste a confirmar se vai ao jantar desta segunda-feira com Lula, mas diz que o MDB precisa "ser realista" e constatar a polarização

O senador Marcelo Castro (foto), do MDB do Piauí, que também é psiquiatra, disse a O Antagonista nesta segunda-feira (11) que uma candidatura alternativa a Lula e Jair Bolsonaro é algo “cada dia mais remoto, mais difícil”.

Para ele, o atual presidente tem se consolidado para um eventual segundo turno.

“Lá atrás, alguns achavam que o Bolsonaro poderia desmoronar e perder força, fôlego para ir para o segundo turno. Eu nunca compartilhei dessa opinião. Eu sempre achei que o Bolsonaro tinha um segundo turno garantido, que ele não cairia de vinte, vinte e poucos por cento de intenção de voto.”

Como psiquiatra, Castro fez a seguinte análise:

“Falo como psiquiatra: o eleitor do Bolsonaro não está, em grande parte, no campo da racionalidade. Não são argumentos racionais que demovem o eleitor do Bolsonaro. O Bolsonaro tem um piso bastante elevado de eleitores que se identificam com ele, com os valores que ele tem, a maneira dele ser, as coisas que ele diz. Esse eleitor do Bolsonaro não sai dele. E ele [Bolsonaro] vem crescendo um pouco nas pesquisas. Então, aquela expectativa que se tinha de o Bolsonaro cair e se viabilizar uma terceira via, eu estou vendo que isso se torna cada dia mais remoto, mais difícil. Hoje, eu apostaria que o Bolsonaro está com uma situação consolidada no segundo turno, se houver segundo turno.”

Como registramos mais cedo, O Antagonista apurou que Marcelo Castro já confirmou presença no jantar de hoje com Lula, parte da bancada do MDB no Senado e senadores lulistas de outros partidos. Mas ele resiste a dizer isso.

“Está todo mundo querendo saber. Por quê?”

Respondemos que poderia ser em razão do fato de o MDB ter Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto.

“Deixa eu falar francamente para você: o que é que ocorre? A Simone é a nossa candidata e tem o apoio do partido, mas nós temos que ser realistas, né? A candidatura dela, até agora, está com 1% dos votos. O máximo que ela já pontuou foi 2%. Nós somos torcedores dela, estamos apoiando a candidatura dela, mas eu acho que ela própria, não é o partido que vai fazer isso… se, lá na frente, se continuar essa polarização, ela vai chegar à conclusão de que não há necessidade de continuar com uma candidatura que não é competitiva. Temos que aguardar para ver como a coisa vai evoluir.”

“Mas o senhor vai ou não vai para o jantar com o Lula?”, insistimos.

“Como?”

“O senhor vai ou não?”

“Eu não consigo me livrar dessa pergunta?”, reagiu o senador.

Castro ainda está no Piauí, mas tem passagem comprada para hoje, com previsão de desembarque em Brasília antes do horário do jantar, que será na casa de Eunício Oliveira.

Coluna publicada no Site o Antagonista
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