Jair Bolsonaro entre a cruz e a espada, caindo no abismo que ele mesmo planejou.
Com a prisão de mais um ministro de seu governo - Anderson Torres - fica cada vez mais clara a tese de que o ex-presidente perderá seus direitos políticos.
O golpe que estava pronto e assinado por Bolsonaro, encontrado na casa de Torres, não seria aplicado por ser inconstitucional, mas serviu para mostrar o perfil político tresloucado de Bolsonaro, com apoio dos filhos, com quem, na realidade, ele "governou" o Brasil nos últimos 4 anos.
Prestes a ter os direitos políticos julgados pelo STF, onde só deverá ter os votos favoráveis dos dois ministros que indicou - Kássio Nunes e o terrivelmente evangélico André Mendonça - Bolsonaro ficará inelegível, impossibilitado de voltar daqui a 4 anos.
Voltar mesmo, Bolsonaro terá que fazê-lo dos Estados Unidos, onde está com visto de pobre mortal, e se não deixar o país antes de fazer 30 dias de sua chegada no dia 31 de dezembro, poderá ser deportado.
O movimento "fora Bolsonaro", ou "Out Bolsonaro", que começou com o grito de uma deputada americana, hoje já conta com mais de 10 parlamentares, exigindo que o governo americano não dê guarda ao ex-presidente do Brasil.
Jair entrou no estado americano com passaporte diplomático que deixou de valer menos de 24 horas depois que ele estava no país do Mickey e do Pateta, daí estar na condição de pessoa qualquer, tendo que deixar o país até 30 dias depois de sua chegada, ou então regularizar um visto para permanecer no país.
E é exatamente esse visto que os parlamentares não querem que seja concedido a Bolsonaro.
Detalhe: para pedir o visto, Bolsonaro terá que apresentar a carteira de vacina contra covid atualizada. Se conseguir o apoio do governo americano e o visto, é porque está vacinado. E voltando para o Brasil, confirmará que não se vacinou.
De volta para o Brasil, Bolsonaro vai precisar daquele ajuda que o PL lhe prometeu: casa, comida e roupa lavada.
Mas o PL está com as contas bloqueadas, vez que deve à justiça brasileira, mais de 22 milhões de reais em multa. E pagar mansão, escritório e salário para Bolsonaro e a esposa Michelle, sabendo que ele está prestes a se tornar inelegível, começa a pesar na consciência - se é que ele tem - de Valdemar da Costa Neto, o presidente do partido.
O PL já começa a mirar em Michelle para ganhar eleição daqui a 4 anos.
Mas aí, botando a cabeça de fora, os problemas de Michelle, como os depósitos feitos pelo ex-presidiário Queiroz, também vão aparecer.
Triste fim de Jair Bolsonaro, o Policarpo Quaresma dos tempos atuais.
Romance de Lima Barreto, "Triste fim de Policarpo Quaresma" descreve a questão do nacionalismo, patriotismo do personagem principal que é Policarpo, um patriota ativo, fervoroso, exaltado pelo amor ao seu país (Brasil).
No romance do pré-modernismo, Policarpo se arrepende por ter matado um homem, acaba sendo preso. A afilhada Olga, esposa de um corrupto, tenta libertá-lo, porém ao chegar na prisão fica sabendo que Policarpo é acusado de traição. Policarpo é fuzilado pela pátria que dizia que tanto amava.
Cada Policarpo com seu triste fim, traçado por eles próprios.
FONTE: thaisagalvao.com.br
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